Nesta quarta-feira (24), centrais sindicais e movimentos sociais realizarão a partir das 10h, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, um ato em que denunciarão a volta da fome no país e cobrarão do governo e dos parlamentares a volta do auxílio emergencial a R$600.
Aprovado em 2020 graças à articulação da oposição no parlamento, o auxílio emergencial, principal garantia de sobrevivência para milhares de brasileiros diante das consequências da pandemia do coronavírus, foi reduzido para menos da metade de seu valor original este ano pelo governo Bolsonaro. Para as centrais sindicais e movimentos sociais, o corte no benefício é um "crime".
No ano passado, 68 milhões de brasileiros tinham direito ao auxílio. Neste ano, esse número, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), baixou para 38,6 milhões de beneficiados. Em consequência das novas regras impostas pelo governo federal, quase 30 milhões de brasileiros passaram a viver em insegurança alimentar.
"Não podemos aceitar que o presidente em uma canetada aumente o próprio salário em mais de R$ 10 mil e para o povo ofereça R$ 150 de auxílio”, afirma Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Além da CSB, organizam o ato em Brasília as centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Intersindical, Pública, CSP-Conlutas, CGTB, CONTAG, e também o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MSD) e Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Os organizadores da mobilização pleitearão, ainda vacinação contra a Covid-19 para todos os brasileiros e entregarão a lideranças do Congresso Nacional um documento com propostas legislativas contra uma agenda parlamentar que, segundo eles, ataca direitos dos trabalhadores. Trata-se da Agenda Legislativa das Centrais Sindicais para a Classe Trabalhadora, produzida em conjunto com o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o documento faz propostas do movimento sindical a 23 projetos em tramitação na Câmara dos Deputados e Senado.
“Pela primeira vez, de forma unitária, as Centrais Sindicais têm uma proposta de resistência e atuação propositiva junto ao Congresso Nacional, que, neste momento, é traduzida nessa importante Agenda Legislativa que disseca, se posiciona e também faz proposições a projetos e medidas que estão na pauta da Câmara dos Deputados e Senado e afetam diretamente a classe trabalhadora”, explica Sérgio Nobre, presidente da CUT.
Os movimentos e centrais, ao final do ato, ainda realizarão a doação de 3 toneladas de alimentos agroecológicos a catadores de material reciclável cooperativados. Serão mais de 600 cestas básicas com, ao mínimo, 16 itens colhidos na terça-feira (23) em áreas da Contag e assentamentos do MST.