O militante Thiago Ávila, do PSOL, foi detido pelo subsecretário de Operações do DF Legal, Alexandre Bittencourt, ao questionar um despejo promovido pelo governo do Distrito Federal sem amparo legal. O ativista foi até o local com uma liminar que suspendia a ação.
"De novo, mais um despejo, apesar da liminar", afirmou Ávila em vídeo publicado no Instagram. Na gravação, o militante se encaminha para o local e é surpreendido por Bittencourt, que dá voz de prisão logo que o vê.
O militante estão questiona por que estaria preso. "Eu nem falei oi pro senhor", disse. "Eu estava aguardando o senhor", respondeu o agente. As alegações são obstrução, calúnia, desacato e difamação.
"Eu trouxe uma liminar que comprova que esta ação que está sendo realizada aqui é ilegal. Despejo na pandemia é ilegal", afirmou Ávila aos policiais militares que foram chamados por Bittencourt.
Segundo mensagem publicada por Ávila no Instagram, ele foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia de Brasília.
O PSOL denunciou a prisão em seu perfil oficial. "O militante do PSOL Thiago Ávila foi detido agora há pouco por questionar uma ação de despejo de famílias de uma ocupação em Brasília e apresentar liminar da Justiça que proíbe ações como essa na pandemia. Liberem Thiago Ávila já! Crime é despejar famílias na pandemia", tuitou o partido.
A socióloga Sabrina Fernandes, que é casada com Ávila, comentou sobre o caso: "O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, despeja famílias ilegalmente durante uma pandemia e quem defende essas famílias, com liminar na mão, acaba preso!".
Por volta de 17h40, Ávila publicou um novo vídeo após ser liberado. Assista aqui.
Bolsonaro genocida
A ação acontece uma semana depois de militantes do PT serem presos após estenderem faixa "Bolsonaro genocida" em Brasília. Quatro foram liberados, mas Rodrigo Pilha segue preso, na Papuda.
Nesta quinta-feira (25), os deputados distritais Fábio Felix (PSOL) e Arlete Sampaio (PT) representaram ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra a prisão do grupo. “Ao levarem presos os manifestantes que pacificamente estenderam faixas para expressar a opinião política de que o presidente Jair Bolsonaro é genocida, violaram frontalmente o disposto no art. 5º, IV, , IX, XVII, XVIII, XIX, XX e X, da Constituição da República, e incorreram, a princípio, na conduta tipificada no art. 9º acima colacionada”, destaca a representação.
Assista aqui ao vídeo
Atualização às 18h10