A 14ª edição do Fórum Social Mundial (FSM) vai realizar na quinta-feira (27), às 15h, uma mesa de debate chamado Fora Genocida, com o objetivo de tratar sobre os impactos "destrutivos" do governo do presidente Jair Bolsonaro no Brasil e no mundo.
No ano em que completa 20 anos de existência, o FSM será realizado totalmente em meios digitais em razão da pandemia do novo coronavírus. Surgido em 2001 em Porto Alegre como uma alternativa ao Fórum Econômico Mundial, de Davos, pautando uma luta contra o neoliberalismo. o evento se propõe a promover o encontro de movimento de todo o mundo.
A capacidade de mobilização, é certo, não é a mesma de outros tempos, como sentenciou o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, do Conselho Internacional do FSM, em entrevista à TVT.
"Onde estamos nós hoje? Estamos pior que há 20 anos. Começamos o Fórum Social em 2001 dando uma resposta ao Fórum de Davos. Era uma esperança que o Fórum Social fosse uma voz no mundo. Não foi. Estamos tentando renovar o Fórum, porque o Fórum está moribundo", declarou.
Nessa tentativa de renovação, um grande leque de atividades está previsto desde o último sábado (23) até o próximo domingo (31). São workshops, conferências, mesas redondas, rodas de discussão, assembleias, entre outras.
O FSM ainda prepara uma edição presencial pós-pandemia no México, entre o final de 2021 e o início de 2022.
Fora Bolsonaro
Entre as ações programas está o debate "Fora Genocida: Ação Internacional em Defesa da Vida". Segundo o FSM, o objetivo da atividade é "discutir o alcance nacional e internacional dos impactos destrutivos das ações do governo Jair Bolsonaro e mobilizar a sociedade civil para acelerar sua saída e o fim de suas políticas e acordos".
Participam da ação Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Comissão Justiça e Paz, Campanha Brasil pela Democracia e pela vida, Coalizão Negra por Direitos e Plataforma de movimentos sociais pela reforma do sistema político.
Quintino Severo, secretário adjunto de relações internacionais da CUT, será o representante da FBP na atividade. Severo conversou com a Fórum sobre o ato e destacou a importância da realização do ato para levar as denúncias contra o governo para o debate internacional.
"Caracterizamos esse governo como genocida porque não tem respeitado as mínimas condições sanitárias e a defesa da vida. Para nós é importante esse debate porque vamos ter a oportunidade de fazer esse denúncia internacionalmente", declarou.
"Na medida em que o Fórum vai ser assistido por milhares de pessoas no mundo, é uma oportunidade ímpar. Para nós da FBP e da CUT, que temos feito de várias mobilizações nacionais e internacionais para denunciar Bolsonaro e seu governo, é uma soma importante essa participação no FSM", completou.
Severo destaca que a FBP tem se somado à luta pelo "Fora Bolsonaro" desde o início e reforma que a denúncia em nível internacional tem um peso relevante e deve ser ampliada.
Ele ainda lamenta a situação internacional do Brasil. "A imagem do Brasil tem sido levada para uma situação delicada. Nosso país sempre teve uma boa relação com todo mundo, relações fraternas, respeitosas. Esse governo não tem tratado dessa forma", avaliou.