A Coalizão Negra por Direitos, frente que reúne mais de 150 organizações do movimento negro brasileiro - entre entidades, grupos e coletivos -, realizará nesta quarta-feira (12) um protesto silencioso em frente ao Congresso Nacional, entre o Ministério da Justiça e o Ministério da Saúde, onde será feito um flashmob. O grupo afirma que os manifestantes respeitarão os limites de distanciamento social e pede que todos usem máscaras.
O protesto marcará a formalização de um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que será feita no mesmo dia. A coalizão afirma no documento, que será entregue na Câmara dos Deputados, que o presidente se eximiu de praticar "atos necessários para a contenção da pandemia, como estabelecido nos parâmetros legais nacionais e internacionais".
O grupo lembra, ainda, que entre os mais de 100 mil brasileiros e brasileiras que foram vitimados pela Covid-19, a maioria é de pretos e pardos e diz, ainda, que "é negra a maioria que depende de Auxílio Emergencial do Governo, para matar a fome de suas famílias e são negros os milhares que tiveram negado o acesso a esse benefício."
A frente lembra que as mortes por coronavírus é mais uma ação do estado que contribui com o genocídio do povo negro no país que "não só vê como sente, em nosso corpos e territórios, os crimes de responsabilidade cometidos por este presidente". Além da Coalizão Negra por Direitos, outras 600 entidades e instituições do país apoiam o pedido que conta, ainda, com a assinatura de intelectuais negros como Sueli Carneiro e Sílvio Almeida, rappers como Emicida e Rappin Hood, o cineasta Fernando Meirelles, o humorista Fábio Porchat e cantores como Chico Buarque e Nando Reis.
A Coalizão Negra por Direitos luta "em defesa da vida, do bem-viver e de direitos arduamente conquistados, irrenunciáveis e inegociáveis".
Esse é o 56º pedido de impeachment protocolado na Câmara contra Bolsonaro.