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Após o encerramento do Encontro dos Povos Mebengokrê, nesta sexta-feira (17), os organizadores enviaram uma carta ao Congresso Nacional, assinada pelo Cacique Raoni Metuktire e outras 600 lideranças indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
O evento, que aconteceu na Terra Indígena Capoto Jarina, às margens do rio Xingu, no Mato Grosso, terminou com um manifesto no qual os participantes expressam seu repúdio à exploração dos recursos naturais e da agricultura nas terras indígenas, e criticam a pauta sobre liberação das áreas para o cultivo agrícola, atualmente em discussão no Congresso.
Em um dos trechos da carta, os líderes indígenas afirmam: “Não aceitamos garimpo, mineração, agronegócio e arrendamento de nossas terras. Não aceitamos madeireiros, pescadores ilegais e hidrelétricas e outros empreendimentos que venham nos impactar de forma direta e irreversível. Repudiamos a perseguição e a tentativa de criminalização das nossas lideranças”.
Além da carta, o Encontro dos Povos Mebengokrê também marcou o relançamento da Aliança dos Povos da Floresta, que conta com a colaboração da ativista Ângela Mendes, filha do histórico líder seringueiro Chico Mendes.
A carta-manifesto do evento também diz que os povos se sentem ameaçados com a proposta do atual governo, mas que pretendem lutar mesmo assim pelos direitos previstos em lei.
Além disso, também reivindica o cumprimento das políticas públicas de proteção para os povos isolados, como um plano de educação diferenciada e a municipalização da saúde indígena.
Finalmente, termina afirmando “a certeza de que 2020 será um ano de muita luta, e convocamos todos os parentes e os parceiros dos povos indígenas no Brasil e no exterior para um ano de muitas mobilizações, onde devemos estar presentes com a força e a energia de nossos ancestrais em Brasília e nas ruas de todo o mundo”.