Antes mesmo de começar, ato contra aumento das tarifas em SP é reprimido pela PM

A PM de São Paulo atirou bombas de gás e spray de pimenta contra manifestantes que estavam sentados fazendo um jogral, antes mesmo do início do ato do MPL contra o aumento da tarifa nos transportes; jornalistas relatam violência contra a imprensa e detenções aleatórias

Reprodução/Twitter
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A Polícia Militar do Estado de São Paulo sequer deixou começar o ato convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das tarifas nos transportes do estado na tarde desta quarta-feira (16). Este é o segundo ato realizado pelo movimento desde entrou em vigor um aumento de R$ 4,00 para R$ 4,30 - acima da inflação - nas tarifas de trem, ônibus e metrô. Em um efetivo desproporcional para o número de manifestantes, os policiais começaram a atirar bombas de gás e spray de pimenta contra as pessoas que estavam sentadas e participavam de um jogral, antes do início propriamente dito do ato, por volta das 18h, na Praça do Ciclista, avenida Paulista. Pessoas que passavam pelas proximidades no momento em que se iniciou a repressão relataram pelas redes sociais que a investida da PM foi despropositada, já que a manifestação sequer tinha começado e o ato seria pacífico. "Entrei no Belas Artes e tô aqui agora, manifestação tá aqui na frente. Não teve NADA, NADA. Eu estava AO LADO DOS POLICIAIS e eles se meteram no meio dos manifestantes durante o jogral e começaram a bater", relatou uma internauta. A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), que está no ato, também confirmou a repressão arbitrária. "Um absurdo completo o que acaba de acontecer na Av Paulista. Manifestantes foram brutalmente detidos e reprimidos enquanto estavam sentados, durante a troca de informes em jogral que ocorria. Nada explica o que aconteceu", escreveu a parlamentar em seu Twitter. A violência da PM de Doria teria se voltado até mesmo contra jornalistas. O perfil oficial da Ponte Jornalismo no Twitter relatou que os agentes lançaram bombas contra a imprensa e divulgaram um vídeo em que flagraram policiais fazendo detenções arbitrárias. Um fotógrafo da Ponte, inclusive, foi atingido por um disparo de bala de borracha. Até o momento duas detenções foram confirmadas. A PM justificou que os dois detidos, ainda não identificados, tentaram "quebrar a ordem" e foram conduzidos para "averiguação". Após a repressão, parte dos manifestantes que ficaram no local seguiram em caminhada pela rua da Consolação sentido centro, acompanhados por um efetivo de centenas de policiais.