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Por Leonardo Fernandes e José Eduardo Bernardes, no BdF
Representantes de organizações da Frente Brasil Popular estiveram reunidos em Curitiba (PR) nesta segunda-feira (9) para definir, entre outras coisas, novas mobilizações pelo país em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula está preso desde o último sábado (7) na sede da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, na capital paranaense. Desde esse dia, foi montado um acampamento para que apoiadores do ex-presidente permaneçam em vigília permanente pela liberdade de Lula. Mesmo com a repressão sofrida no primeiro dia de protesto, os manifestantes decidiram seguir com o acampamento
Luiz Marinho, presidente estadual do Partido dos Trabalhadores de São Paulo esteve em Curitiba e disse que está sendo pensada uma estratégia para que o acampamento permaneça pelo tempo que for necessário. Segundo ele, nesta terça-feira (10) chegarão dez ônibus com militantes vindos de Minas Gerais. Na quinta-feira, outros 20 ônibus devem chegar à capital paranaense procedentes de São Paulo. “É a lógica de organizar uma resistência, uma vigília e marcar presença permanente aqui para que o presidente Lula saiba que estamos com ele”, disse.
Outro dirigente que fez presença no acampamento na tarde desta segunda-feira foi João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O MST, assim como outras organizações da Frente Brasil Popular, assumiu responsabilidade de garantir a estrutura necessária para a permanência do acampamento em Curitiba.
“Nós, modestamente, com as nossas pernas, tratamos de contribuir naquilo que é possível, sobretudo com a parte da alimentação, já que nós produzimos alimentos. Mas nós estamos muito felizes de poder contribuir com esse acampamento. Esse acampamento já virou um símbolo. Assim como hoje estão passando por aqui vários ministros, virão para cá outros personagens, e como eu já disse aqui hoje, esse exemplo já está irradiando para outros estados”.
Segundo Stédile, está confirmada a montagem de outros acampamentos em Brasília e Rio de Janeiro. Ele também anunciou que estão programadas manifestações em todo o país na próxima quarta-feira (11), dia anunciado pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, em que levará ao plenário da corte um requerimento para que o STF rediscuta a possibilidade de prisão em segunda instância. As organizações da Frente Brasil Popular discutem ainda realizar uma paralisação nacional na terça-feira, dia 17, e um grande ato com a presença de juristas e personalidades internacionais na quarta, dia 18 de abril em Curitiba.
“A direita e a Globo ficaram o tempo inteiro exigindo a prisão do Lula. Agora eles têm a prisão do Lula e quê? Então, a iniciativa política agora é nossa e a direita e os golpistas não têm mais o que defender”, disse Stédile.
Outra atividade prevista para o mês de abril será no feriado de Tiradentes, dia 21. Segundo a presidenta estadual da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), os mineiros pretendem aproveitar a data simbólica para relembrar as injustiças históricas que foram cometidas contra lideranças populares. “Nós estamos convocando para o dia 21 de abril, dia de Tiradentes, quando sempre há atos em Ouro Preto, para que nós transformemos esse ato em um ato nacional dizendo que Lula é inocente, e que queremos ele livre”.
Segundo os dirigentes, mesmo no caso do ex-presidente ser libertado, as organizações seguirão mobilizadas de olho nas eleições de outubro. O Partido dos Trabalhadores tem afirmado que Lula segue sendo o candidato da legenda.