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Ouvidor da polícia também cobrou providências do governo, sugerindo até mesmo uma troca do comando por conta da declaração elitista do novo comandante defendendo uma distinção na abordagem policial de acordo com a classe social
Por Redação
Coletivos, entidades e movimentos sociais enviaram, nesta sexta-feira (25), uma petição ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em que cobram explicações sobre as declarações dadas pelo novo comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), da PM de São Paulo.
Em entrevista, o comandante Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo defendeu que PM atue de maneira diferente em um bairro nobre, como os Jardins, da que atua nas periferias, reforçando a distinção de tratamento de acordo com a classe social.
Na petição, assinada por movimentos como a Frente Alternativa Preta, Uneafro, Perifatividade, entre outros, são feitos inúmeros questionamentos com relação à declaração de Araújo.
"Onde se baseia, do ponto de vista legal, a normativa de atuação diferenciada promovida cotidianamente pela Policia Militar, a depender das características “periféricas” ou “perfil Jardins”, ora verbalizada pelo atual comandante da Rota?", perguntam, entre outras 8 questionamentos. No documento, as entidades solicitam ainda uma convocação de audiência pública entre sociedade civil, secretaria de Segurança Pública e Polícia Militar para tratar do assunto. Confira, no link abaixo, a íntegra da petição.
Peticao_FAP_SSP_Coronel_ROTA
Ouvidor
Também emparedou o governo o ouvidor da Polícia de São Paulo, Julio Cesar Neves. Ele enviou, nesta sexta-feira (25), um ofício à secretaria de Segurança Pública em que cobra "providências" com relação às declarações do novo comandante da Rota. Para Neves, a fala de Araújo foi "elitista".
"É anticonstitucional [a fala do comandante], discriminatória e flagrantemente elitista. O pessoal da periferia tem que ser tratado como o pessoal dos Jardins também é. Foi infeliz", disse o ouvidor.
Entre as "providências" que o ouvidor cobra no ofício, ele citou "o repasse da informação à tropa de que todos os cidadãos são e devem ser tratados iguais e, caso sinta a necessidade, uma eventual troca no comando".