Escrito en
MOVIMENTOS
el
Ênio Barroso sofre de uma grave distrofia muscular; apesar de a doença ser incurável, o atendimento oferecido no país pode controlar os sintomas e, assim, garantir mais qualidade de vida ao paciente
Por Redação
A campanha “Vá pra Cuba, Companheiro”, lançada há quatro meses em solidariedade ao blogueiro e militante Ênio Barroso, atingiu seus objetivos e ele viaja nesta quarta-feira (13) ao país caribenho para tratamento de uma grave distrofia muscular.
Apesar de a doença ser incurável, o atendimento oferecido pode controlar os sintomas e, assim, garantir mais qualidade de vida ao paciente. Na segunda-feira, amigos e apoiadores da causa promoveram uma festa de despedida para comemorar o sucesso da ação.
A distrofia é um problema degenerativo e faz com que se perca o tônus muscular ao longo dos anos e, além de comprometer os movimentos do corpo, ainda causa disfunções como dores, câimbras e fadiga. O dinheiro arrecadado para o tratamento irá custear passagens de ida e volta (a viagem de um acompanhante é obrigatória), hospedagem, seguro-saúde, taxas e outras despesas.
Histórico
Enio Barroso é filiado ao PT desde o primeiro dia de fundação do partido. Ele trabalhava no Polo Petroquímico de Capuava, em Santo André (SP), quando surgiram, no final dos anos 1970, as históricas greves do ABC. Ali, conheceu o então sindicalista Lula e lutou por melhores salários para sua categoria, além de consolidar a resistência ao regime militar.
Também atuou no movimento estudantil e foi preso por quatro vezes. Morou e militou um tempo em Porto Alegre. Mas, ao descobrir a doença, precisou voltar a São Paulo, onde ocupou posteriormente cargos nas gestões municipais de Luiza Erundina e Marta Suplicy. Atuou ainda como assessor parlamentar e participou de inúmeras campanhas políticas.
A experiência como “blogueiro sujo” – termo criado pelo tucano José Serra para hostilizar a blogosfera formada por militantes de esquerda – teve início com as limitações trazidas pela distrofia. “Tudo começou quando a vida me tirou os pés do chão e me sentou na cadeira de rodas”, explicou. Hoje, ele se orgulha de ter presenciado tantos momentos marcantes e de ter contribuído para as transformações sociais em andamento no país.
Foto de capa: Divulgação