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Encontro na ABI (Associação Brasileira de Imprensa) teve o apoio de 22 entidades da sociedade civil, incluindo representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-Rio)
Por Vladimir Platonow, da Agência Brasil
Integrantes de diversos movimentos sociais, estudantis e sindicais pedem a volta às ruas como apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff e contra iniciativas antidemocráticas e contra os trabalhadores, pela necessidade de uma reforma política e pela defesa da Petrobras. O assunto foi debatido em uma plenária, na noite desta terça-feira (31), na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio.
O documento que convocou a plenária na ABI teve o apoio de 22 entidades da sociedade civil, incluindo representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-Rio).
O secretário de Administração e Finanças da CUT-Rio, José Antônio Lima, disse que os sindicatos e os movimentos sociais não vão responder às pautas "levantadas pela direita nas manifestações do dia 15 de março", quando milhões de pessoas protestaram em quase todas as capitais do país contra o governo.
"Se ela [a direita] quer impeachment, problema da direita. A gente vai dizer para as ruas que não topamos esse negócio. Dia 7, vamos a Brasília torrar a paciência do Congresso Nacional [A Cut, entre outras entidades e movimentos, sociais organizam uma manifestação para o dia 7 de abril para protestar contra o Projeto de Lei 4.330, que regulamenta o trabalho terceirizado]. Se ele pensa que vai nos impor uma agenda conservadora, em um retrocesso, está enganado. A gente vai para a briga. E isso nós sabemos fazer."
O presidente do diretório regional do PT, Washington Quaquá, prefeito do município de Maricá, defendeu a volta da mobilização dos movimentos populares. "Nós vamos retomar uma trajetória de mobilização que o PT e a esquerda brasileira não deviam ter parado. Foi um erro. A gente mudou a vida de milhões de brasileiros nos últimos 13 anos, mas abdicamos da necessária tarefa de organizar o povo, de construir referências de transformação social. Então, sentimos necessidade de nos unificar em torno de uma pauta de reformas mais profundas para o país."
Quaquá reconheceu que a própria esquerda deixou de se fazer presente nas ruas, abrindo espaço para setores mais conservadores da sociedade, como visto no dia 15 de março. "A novidade da conjuntura política é que a burguesia se unificou, dos fascistas aos setores de direita, e conseguiu botar gente na rua. A outra novidade é que a esquerda abriu mão disso. Há muito tempo que não organizamos o povo, não estamos presentes nas fábricas, nas escolas, nas favelas. É uma exigência que a esquerda se organize, ganhe as ruas e empurre o governo para a esquerda. Se o governo não for empurrado para a esquerda, ele não se sustenta."
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil