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Líder zapatista diz que depois de 20 anos à frente da organização político-militar, personagem já não é mais necessário e que há uma geração que pode seguir a luta sem liderança
Por Redação
[caption id="attachment_47316" align="alignleft" width="350"] (Fotos: Desinformémonos)[/caption]
Neste domingo (25), o Subcomandante Marcos, chefe do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) disse que o personagem deixa de existir. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa para mídias livres que assistiram a uma homenagem a Galeano, morto em 2 de maio.
Após 20 anos à frente da organização político-militar, Marcos disse que depois dos cursos da "escuelita" Zapatista do ano passado e início deste ano, se deram conta que “já havia uma geração que podia seguir em frente, que podia escutar e falar sem esperar guia ou liderança”. E completou: “Marcos, o personagem, já não era necessário. A nova etapa da luta zapatista estava pronta”.
Na comunidade de La Realidad, o Subcomandante Marcos disse que “para lutar não são necessários nem líderes, nem caudilhos, nem Messias, nem salvadores; para lutar só é necessário um pouco de vergonha, um tanto de dignidade e muita organização”.
Marcos também relembrou a madrugada de 1º de janeiro de 1994, quando o exército de indígenas sacudiu o mundo, conquistando municípios no estado mexicano de Chiapas. A figura do subcomandante ficou conhecida desde então e se tornou o porta-voz do movimento.
A última aparição de Marcos havia sido na homenagem a José Luis Solís López, conhecido por "Galeano", morto no dia 2 de Maio em La Realidad, em confronto com homens da Central Independiente de Obreros Agrícolas y Campesinos. “É necessário que um de nós morra para que Galeano viva. Assim, decidimos que Marcos deve morrer.”
(Com informações do Desinformémonos). Leia aqui a carta de despedida do Subcomandante Marcos (em espanhol)
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