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Além do reajuste salarial e de melhores condições, eles pedem para trabalhar mais duas horas diárias
Por Isadora Otoni
Na quarta-feira (23), os garis de Fortaleza deliberaram a realização de uma greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sindifort (Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza), entre as exigências dos trabalhadores da Emlurb (Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização) está o aumento da jornada de trabalho de seis para oito horas diárias.
O aumento da jornada está associado ao acréscimo proporcional de 33% no salário base, no auxílio refeição e nos demais benefícios. Antonia Nascelia Silva, presidente do Sindifort, conta que o salário dos garis atualmente não chega a R$1.200,00.
As condições de trabalho da categoria também estão entre as pautas da greve. “As condições são muito precárias. Os trabalhadores são transportados em caçambas de caminhões junto com o lixo. Não tem capa de chuva, não tem luva e não tem botas. Não tem nem um carrinho para trabalhar e saco de lixo para fazer a coleta”, revela a presidente do sindicato. Os pedidos abrangem o transporte adequado para os garis, crachás de identificação e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
“Pedimos aposentadoria especial, por se tratar de um trabalho com condições insalubres”, frisa Nascelia. Os trabalhadores também exigem o reajuste salarial de acordo com a inflação de Fortaleza (6,38%), reforma nas subsedes da Emlurb e vale-transporte com desconto máximo de 6% sobre o vencimento base. Entretanto, as outras partes da negociação não estão dispostas a entrar em um acordo.
A presidente do Sindifort revelou: “A Emlurb não tem dado a mínima importância, e a prefeitura muito menos”. A greve dos garis só foi deliberada após um ano e três meses de tentativas de negociações, com paralisação por tempo indeterminado das atividades. “Os trabalhadores não aguentavam mais esperar”.
(Foto de capa: Reprodução/Facebook)