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Por Alberto Cantalice*
A Semana da Consciência Negra nos demonstra o quão importante é nos aprofundarmos nas reflexões e nas buscas de soluções para a ainda trágica concentração de renda e riqueza na sociedade brasileira.
A política de cotas, tanto nas universidades públicas quanto nos serviços públicos, visa quebrar as disparidades existentes entre brancos e negros no que concerne à formação educacional superior e a pouca presença dos negros em postos de comando nas altas burocracias estatais.
A democracia plena pressupõe que haja uma verdadeira igualdade de oportunidades para todas e todos.
Sem isso, continuarão as discriminações enviesadas, sendo relegados aos pobres, e principalmente aos afrodescendentes, um hercúleo esforço de ascensão social ou os bafejos da sorte.
O Prouni tem aumentado significativamente o número de alunos oriundos das camadas populares aos bancos universitários. Iniciativa ainda do governo Lula, o programa vem sendo expandido, e muito, na gestão da presidenta Dilma.
Claro que ações desta magnitude encontram severas resistências nos setores elitistas da sociedade. Não custa nada lembrar que o Brasil foi o último país a decretar o fim da chaga da escravidão. As forças democráticas e populares sempre se bateram pelo fim da cultura da exclusão.
Muito tem sido feito nos últimos anos para se tentar erradicar a miséria e a pobreza do panorama social brasileiro. Não tem sido fácil, pois a prática do individualismo e do patrimonialismo está muito arraigada nos setores dominantes pátrios.
Os esforços dos movimentos sociais e, em especial a luta dos movimentos negros, têm conseguido impulsionar essas reivindicações mais do que justas. Mais do que necessárias!
*Alberto Cantalice é vice-presidente do Partido dos Trabalhadores
Foto de capa: Arquivo Agência Brasil