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Quatro funcionários públicos foram assassinados após aplicação de multas milionárias em fazendeiros, os principais suspeitos. Justiça só condenou, até hoje, três pistoleiros
Por Redação
[caption id="attachment_40812" align="alignright" width="300"] Vítimas da Chacina de Unaí: mandantes não foram julgados até hoje (Divulgação)[/caption]
No noroeste de Minas Gerais, na cidade de Unaí, quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego foram assassinados no dia 28 de janeiro de 2004. Completando dez anos, o fato que ficou conhecido como “Chacina de Unaí” ainda não foi julgado.
Naquela manhã, Nelson José da Silva, Erastótenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Aílton Pereira de Oliveira foram vítimas de uma emboscada. Segundo a investigação da Polícia Federal, a armadilha foi tramada pelos irmãos Norberto e Antério Mânica.
Quando realizavam uma fiscalização de rotina, na cidade de Unaí, o servidores públicos foram cercados por um grupo que começou a fuzilá-los. A cena foi narrada pelo motorista Ailton Pereira de Oliveira, que conseguiu escapar e chegar com vida ao hospital, morrendo ainda na tarde do dia 28.
O auditor do ministério, Nelson José da Silva, seria o principal alvo do grupo, pois já havia aplicado diversas multas que somavam R$ 2 milhões à fazenda dos irmãos Norberto e Antério Mânica.
Embora a Polícia Federal tenha demorado apenas seis meses para concluir a investigação, apontando os irmãos Norberto e Antério Mânica como mandantes do crime, a Justiça só condenou, até hoje, três pistoleiros: Rogério Alan Rocha Rios pegou 94 anos de prisão; Erinaldo de Vasconcelos Silva, 76 anos e 20 dias; e William Gomes de Miranda, 56 anos.
A segunda sessão do julgamento da Chacina estava prevista para acontecer em 17 de setembro de 2013 em Belo Horizonte, com quatro acusados: Norberto Mânica, Hugo Pimenta, José Alberto de Castro e Humberto Ribeiro dos Santos teriam de se defender diante de sete jurados que compõem o Tribunal do Júri. Mas a sessão foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, que precisa concluir a votação do mérito do habeas corpus impetrado pela defesa de Norberto Mânica, acolhido pelo relator Marco Aurélio Mello. O réu pretende transferir o local do julgamento para Unaí e a discussão no STF estava empatada quando foi interrompida por um pedido de vistas em 1º de outubro, não sendo retomada desde então.