Agressores chegaram por volta das 22h e gritaram palavras contra o evento e a favor de uma intervenção militar no Brasil
Por Vitor Sion e Dodô Calixto, do Opera Mundi
Cerca de 20 pessoas vestidas com roupas pretas agrediram participantes do Foro de São Paulo na noite desta quarta-feira (31), por volta das 22 horas.
O ataque aconteceu em um restaurante próximo a um dos hotéis que abriga o evento, na Rua Martins Fontes, em São Paulo. A Polícia Militar, que reforçou o efetivo na região central da capital paulista a pedido dos organizadores do Foro de São Paulo, levou parte do grupo para o 78° DP, mas todos foram liberados após a formalização do Boletim de Ocorrência. Ninguém se feriu com gravidade, mas o estabelecimento comercial teve sua porta de entrada, que era de vidro, quebrada.
[caption id="attachment_28139" align="aligncenter" width="600"] Durante as agressões, os manifestantes quebraram o vidro do restaurante próximo ao hotel que recebe o Foro de SP (Foto: Dodô Calixto / Opera Mundi)[/caption]Segundo Zenaide Lustosa (PT-PI), que estava no restaurante no momento do ataque, o grupo de manifestantes chegou gritando palavras de ordem contra o evento e carregava uma faixa com os dizeres "intervenção militar já".
"Eu não consigo nem descrever ao certo o que aconteceu, de tão assustador que isso foi. A gente estava sentado conversando quando eles chegaram e começaram a nos ofender. Alguns participantes do Foro de SP responderam às ofensas. Foi nesse momento que eles nos atacaram. Sai correndo e não vi o que aconteceu depois", relata Zenaide, que revelou que um dos participantes acabou se ferindo na boca após tentativa de fugir dos agressores.
Segundo testemunhas que estavam no local, os manifestantes bradavam contra a realização do Foro de São Paulo e os movimentos de esquerda da América Latina. Organizadores do evento afirmaram a Opera Mundi que a Polícia Militar desconfiava da participação de grupos skinhead no ato violento.
A maior parte dos agredidos participa do V Encontro de Juventudes do Foro, de acordo com explicação de Valter Pomar, secretário-executivo da organização de esquerda, a Opera Mundi. “É a confirmação da campanha que vimos nos últimos dias por atos agressivos contra o Foro de São Paulo”, afirmou Pomar. Em junho, uma página foi criada no Facebook com o objetivo de "organizar ações contra o Foro de São Paulo".
O evento, iniciado oficialmente nesta quarta-feira (01) e que reúne dezenas de partidos de esquerda, vai até o próximo domingo (04). Estão previstas as presenças de Luiz Inácio Lula da Silva (na sexta-feira), Nicolás Maduro (sábado) e Evo Morales (domingo).