Em entrevista, fotógrafo atingido por disparo de bala de borracha defende a não utilização do armamento durante manifestações
Por Felipe Rousselet
O fotógrafo Sérgio Silva, da Agência Futura Press, foi uma das vítimas da brutal repressão da Polícia Militar do Estado de São Paulo durante a onda de protestos do último mês de junho.
Enquanto cobria um dos protestos que reivindicava a revogação do aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, no dia 13 de junho, Sérgio teve seu olho esquerdo atingido por um disparo de bala de borracha. O fotógrafo foi socorrido por um professor que participava do protesto. Sérgio corre o risco de perder a visão do olho esquerdo, o que compromete o exercício da sua profissão.
Em vídeo produzido e divulgado pela Campanha pela Regulamentação dos Armamentos de Baixa Letalidade, Sérgio defende a não utilização de armas de borracha, e outros armamentos considerados de “baixa letalidade”, durante manifestações.
“Essas armas não vão trazer nenhum bem para a sociedade. Não vão trazer nenhum tipo de paz e não vão acalmar as pessoas. O resultado é esse que aconteceu comigo. Uma possível cegueira. Um trauma para o resto da vida. Uma família prejudicada. Eu sei a dor que eu passei naquela noite. É uma dor que eu desejo que o policial que me acertou nunca sinta na vida dele. É uma dor insuportável. É vontade de morrer ali para não sentir mais a dor”, declarou o fotógrafo.
Veja a entrevista com o fotógrafo Sérgio Silva abaixo:
Entrevistas: Leonardo Blecher Imagens: Jeferson Stader e Leonardo Blecher Edição: Jeferson Stader e Leonardo Blecher Arte: Anah Assumpção