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Segundo João Pedro, aluno da FAU, os detidos não estavam na ocupação da reitoria
Por Isadora Otoni
[caption id="attachment_36022" align="alignleft" width="300"] Estudantes da USP entraram em greve no dia 1º de outubro pela democratização da universidade (Marcelo Camargo / Agência Brasil)[/caption]
Às 5h30 desta terça-feira (12), estudantes da USP que ocupavam o prédio da reitoria da universidade foram surpreendidos pela ação policial de reintegração de posse. Duas pessoas foram detidas e levadas ao 93º Distrito Policial durante a operação realizada pela Tropa de Choque da Polícia Militar. Entretanto, segundo João Pedro, estudante da FAU que acompanha o caso na delegacia, apenas um detido era aluno, e o outro era um funcionário da universidade.
“Os detidos estavam passando pela Praça do Relógio quando foram surpreendidos pela polícia. Não tinha mais ninguém ocupando a reitoria”, alegou João. Eles foram levados ao 93º DP e estão sendo acusados por flagrante de depredação do patrimônio, furto e formação de quadrilha. “Estou na delegacia e contamos com advogados para resolver o caso”, afirmou o estudante da FAU.
Em nota, o DCE da USP convidou os estudantes para um ato em repúdio à prisão dos colegas. A manifestação, que seria realizada para exigir reabertura das negociações, está marcada para as 16h de hoje, na Av. Corifeu de Azevedo Marques, 4300. No site oficial do DCE, foi publicado: “Nesse momento, é fundamental prestarmos solidariedade aos nossos colegas que estão detidos no 93 DP, demonstrando que nenhuma truculência policial será tolerada. O movimento construído pelos estudantes da USP desde 1 de outubro é político e reivindica a democratização da universidade”.
Histórico de negociações
Desde o dia 1º de outubro, os estudantes da USP declararam greve, exigindo a democratização das universidades. Os alunos pediam a substituição da lista tríplice pela eleição direta para reitor, além do fim do convênio da universidade com a PM e mais assistência estudantil. No dia 15, o desembargador José Luiz Germano negou à reitoria o pedido de reintegração de posse, ressaltando o caráter político do movimento.
Após pressão da justiça e dos estudantes, o reitor João Grandino Rodas propôs o primeiro termo de acordo. Nele, os estudantes teriam dois blocos de moradia devolvidos e participação na constituição de uma nova estatuinte. No dia 4 de novembro, a Justiça voltou atrás e autorizou a reintegração de posse. Porém, no dia 6 os estudantes decidiram manter a greve por 757 votos contra 562, e não assinaram o termo.