Meses após a morte de Silvio Santos, ocorrida em agosto de 2024, suas filhas encontraram um documento inédito escrito pelo apresentador e empresário, no qual ele revela sua visão sobre os princípios que o levaram ao sucesso. A carta, intitulada Os Segredos do Êxito, foi compartilhada por Daniela Beyruti, atual presidente do SBT, com funcionários da emissora durante uma reunião realizada nesta terça-feira (27).
No texto, Silvio Santos reflete sobre trabalho, fé, disciplina e humildade, em um tom confessional e direto. Ele começa dizendo que “acredita na sorte”, mas enfatiza que o destino é construído pelas próprias escolhas. “Eu acredito na sorte, mas também acredito que cada homem trabalha o seu próprio destino, bom ou mau”, escreveu.
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Um dos pontos centrais da carta é a valorização da obediência como passo essencial para a liderança. “Nunca coloco em postos chaves homens que não sabem obedecer, ninguém pode aprender a mandar sem antes aprender a obedecer”, destacou o comunicador. “Sempre tenho tido uma fé inquebrantável em Deus, mas nunca espero que Ele faça o meu trabalho”, acrescentou.
Silvio também compartilhou sua filosofia de vida baseada na disciplina financeira e no esforço constante. “Desde muito jovem, pratico dois preceitos: trabalhar muito e gastar pouco”, afirmou. Para ele, o sucesso inicial não deve ser motivo de vaidade. “Se uma pessoa se envaidece com o primeiro êxito, grande ou pequeno, está perdido. A vida é uma luta que só deve terminar com a morte.”
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Crítico das bajulações, o criador do SBT defendeu o valor das críticas construtivas, mesmo vindas de adversários. “Fecho os meus olhos às adulações e os abro muito bem às críticas. A verdade é que eu tenho aprendido muito mais com o que dizem os meus inimigos do que o que dizem os meus amigos”, revelou.
Autoconfiança
Na carta, Silvio admite uma autoconfiança marcante e uma busca constante pela excelência: “Não sei se isto é um defeito, ou uma qualidade, mas confio pouco nos outros e muito em mim mesmo. Se uma coisa vale a pena ser feita, significa que ela merece ser bem feita. Eu sei que só Deus é perfeito, mas mesmo assim procuro fazer tudo com perfeição. É uma obsessão que eu não consigo curar.”
O documento termina com uma lição de leveza e autocrítica, característica marcante do apresentador. “O homem que não é capaz de rir de si mesmo não será capaz de fazer alguma coisa boa na vida.”
A carta emocionou os presentes na reunião e passou a circular entre os colaboradores do SBT como uma espécie de legado do fundador da emissora. Ainda não se sabe se o conteúdo será publicado oficialmente ou incluído em algum material biográfico futuro.
Com informações da coluna de Fábia Oliveira no Metrópoles