Há momentos que são memoráveis e um deles ocorreu ao vivo durante uma edição do programa Pânico, na Jovem Pan, na semana passada. Emissora notoriamente alinhada ao bolsonarismo e que optou no passado e no presente por se alinhar à extrema direita, reverberando o oceano de mentiras desse movimento ideológico com contornos de seita, ela recebeu no último dia 8 o também bolsonarista roxo Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central.
A certa altura, um outro convidado, o deputado estadual paulista bolsonarista Tomé Abduch (Republicanos), frequente comentador do canal, foi fazer uma pergunta instigadora a Campos Neto, num nítido movimento de dobradinha com os integrantes da atração ultrarreacionária. “Você deixou um legado ao Brasil, que é o Pix... Como você se sentiu quando eles [o governo Lula] falaram em taxar o Pix?”, perguntou Abduch ao ex-presidente do Banco Central, reforçando uma das mais descaradas e grotescas fake news do bolsonarismo nos últimos anos, como se em algum momento da vida real o atual governo tivesse falado, cogitado, anunciado ou proposto cobrar taxas dessa forma de pagamento.
“Olha, eu nunca acreditei que foi falado em taxar o Pix, mesmo porque, Tomé, é impossível taxar o Pix... Você não tem como taxar um meio de pagamento e não taxar o outro, concorda? Se você taxar o Pix e não taxar o Ted, não taxar o Doc, ou não taxar outros tipos de transferência, como... Hoje você pode fazer uma transferência de uma pessoa pra outra no mesmo aplicativo do banco sem ser por Pix... Então, se você for taxar um tipo de transferência sem taxar os outros, você acabaria com o Pix, então nenhum governo faria, de forma alguma”, respondeu Campos Neto, deixando o também bolsonarista Abduch claramente constrangido. Que satisfação, aspira!
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