Os donos das redes sociais e do principal buscador da Internet, o Google, clamam por liberdade nas redes, são contra qualquer tipo de regulamentação das redes sociais, a não ser a feita por eles, que decidem o que nós vemos ou não através de seus algoritmos.
Agora, um grupo de pesquisadores entrou na Justiça pedindo exatamente o que eles dizem defender: liberdade. Querem se ver livres da ditadura dos algoritmos e para isso entraram na Justiça contra a Meta, dona do Facebook, Instagram, Thread e WhatsApp.
Querem que a Meta não decida mais o que eles veem ou não, que essa seja uma decisão do cidadão a partir de sua escolha livre no aplicativo.
Atualmente, com a ditadura dos algoritmos, quem tem o controle sobre nossa navegação é a Meta, que define o que nos é apresentado em nossa timeline por critérios da empresa, a partir da leitura que fazem de nossos perfis, e dos interesses da Meta em nos manter conectados e alvos de anunciantes.
A petição foi protocolada pela entidade com foco na liberdade de expressão Instituto da Primeira Emenda, da Universidade de Columbia, em Nova York, em nome do pesquisador Ethan Zuckerman, da organização por direitos digitais Global Voices. Zuckerman é um dos inventores do anúncio "pop-up" na internet, que dá ao usuário a chance de fechar o anúncio, caso queira. [Folha]
Feitiço contra Feiticeiro
São mais de 200 pesquisadores que assinam a ação para defender o direito sobre aquilo que querem ou não ver nas redes sociais. Mais notícias. Mais publicações de amigos. Mais esportes. O direito de escolher o que quer ver ou não, e não ter suas escolhas definidas pelos algoritmos.
O processo judicial é uma medida preventiva para evitar que o Facebook bloqueie a ferramenta Unfollow Everything 2.0 (deixe de seguir tudo 2.0, em tradução livre), que o pesquisador pretende lançar em breve. A extensão tem o objetivo de facilitar a tarefa de tirar pessoas, páginas e grupos indesejados da própria rede social.
Atualmente, o usuário precisa deixar de seguir cada conta, página ou grupo por vez.
O Unfollow Everything 2.0 seria um passo inicial para desarticular a curadoria guiada por engajamento das redes sociais da Meta.
A Meta tem barrado todas as iniciativas que visam dar liberdade ao usuário no uso de seus aplicativos.
A ação busca essa liberdade, aquilo que a Meta diz defender quando não quer regulamentação — a não ser a que ela mesma faz.
Com a ação os pesquisadores denunciam também que quem quer cercear a comunicação é a Meta.
Por que não podemos ter o direito de ver o que queremos ver e não o que os algoritmos nos impõem?
Defendendo a liberdade do usuário os pesquisadores fazem o feitiço (a liberdade da comunicação) se voltar contra o feiticeiro.