A Folha tem historicamente um olhar enviesado contra a esquerda, o PT e especialmente o presidente Lula.
A Folha, que já defendeu que a ditadura militar foi uma ditabranda, publicou em 2009 em sua primeira página uma infame ficha falsa de Dilma, ainda com uma acusação também falsa de um suposto plano de sequestro do então ministro da Fazenda da ditadura Delfim Netto.
Mas, especificamente na eleição para a prefeitura de São Paulo este ano, o eleitor paulistano tem que se lembrar de uma denúncia do ano passado, que pode já estar esquecida em meio a tantas outras notícias: durante pelo menos 11 meses a Folha recebeu pagamentos milionários da prefeitura de Ricardo Nunes para travestir propaganda de reportagem. O assinante do jornal pensava estar lendo uma reportagem, mas era propaganda disfarçada, como mostrou o Intercept em agosto de 2023:
Desde o ano passado, foram quase R$ 3 milhões despejados pela prefeitura de Ricardo Nunes na Folha por meio de um contrato com a agência de publicidade Propeg. Como resultado, só nos últimos dois meses, 61 artigos elogiosos à prefeitura foram publicados no jornal, inclusive com tuítes patrocinados.
Era propaganda fingindo ser jornalismo.
Com a denúncia, a Folha passou a destacar a propaganda. Mas a máscara ficou pregada à cara.
Durante quase um ano a Folha omitiu de seus leitores que aquilo que estavam lendo era propaganda da prefeitura de São Paulo e não reportagem, em troca de aproximadamente R$ 3 milhões — apenas entre o que foi levantado pela reportagem e naquele período.
Isso não pode ser esquecido. Especialmente nas eleições da capital de São Paulo este ano.