A jornalista Daniela Lima anunciou nesta quinta-feira (22) que pediu demissão da CNN Brasil, emissora em que trabalhava há 3 anos, e que foi contratada pela concorrente, a GloboNews.
"Inicio em breve, com frio na barriga e muita esperança, um novo passo na minha carreira. É com muito orgulho e responsabilidade que anuncio que estou me juntando a um super time, de uma casa que é uma das maiores referências no jornalismo: a GloboNews!", escreveu Daniela em suas redes sociais.
Ao comunicar sua saída da CNN, Daniela Lima não informou qual foi a motivação para sua decisão. O fato é que a jornalista deixa a emissora em meio a denúncias de que a direção da empresa estaria exercendo pressão editorial sobre seus repórteres e apresentadores.
Na última quinta-feira (15), por exemplo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) revelou, conforme reportado pela Fórum, que jornalistas da CNN Brasil estariam sofrendo uma série de pressões da diretoria da emissora que incluem demissões de profissionais, com o intuito de estabelecer ingerência nas coberturas televisivas e preservar determinadas figuras da política brasileira. Uma delas seria o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Uma nova denúncia logo após a demissão de Daniela Lima veio à tona nesta quinta-feira (22): segundo apuração do jornalista Leandro Demori, a direção da CNN vem dando "ordens" para que os repórteres e apresentadores protejam o ex-presidente Jair Bolsonaro nos comentários e noticiário.
"Eu apurei ontem que a Direção de Jornalismo da CNN Brasil intensificou reuniões internas para controlar o que era dito no ar. Individualmente ou em grupos, os jornalistas da casa foram chamados para essas conversas. Recebi também uma série de prints de conversas por WhatsApp, que não revelo para não expor as fontes (...) O objetivo das conversas na CNN: proteger Jair Bolsonaro, cortando as críticas e a cobertura crítica em cima de seu nome. E isso abarcava desde reportagens até comentários sobre o ex-presidente", escreve Demori.
Confira a íntegra da apuração aqui.