ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÍDIA DIGITAL (ABMD)

ABMD repudia remoção de conteúdo público no Youtube pela TV Câmara

Emissora de interesse público derrubou transmissão de debate na Câmara dos Deputados com ministro Fernando Haddad

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A Câmara dos Deputados retirou do ar diversas retransmissões da audiência com o ministro Fernando Haddad, nesta quarta-feira (17), entre elas a que ocorria no canal da Revista Fórum no Youtube. E ainda notificou os canais com penalidade, o que na plataforma é chamado de "strike". No momento da derrubada, mais de 5 mil pessoas acompanhavam a audiência com Haddad, que explicava o novo arcabouço fiscal e outros assuntos da área econômica do governo. Em nota, a Associação Brasileira de Mídia Digital (ABMD), que reúne diversos veículos jornalísticos, repudiou a derrubada dos conteúdos de interesse público e alerta para o perigo de isso ser uma prática recorrente da TV que é pública. Confira nota a seguir. 

Nota da ABMD

Às 11h40 de hoje, durante a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Comissão de Finanças e Tributação sobre a proposta do Arcabouço Fiscal, a retransmissão das imagens da sessão pela TV Câmara foi bruscamente retirada do ar na cobertura ao vivo de diversos canais de mídia - inclusive dos associados da ABMD. A alegação, falsa, foi de "remoção por direitos autorais". A remoção do conteúdo se deu sem qualquer aviso prévio ou oportunização de defesa. 

A TV Câmara é canal de interesse público, com sinal aberto para atender à própria razão de ser das emissoras legislativas: a democratização das discussões e debates realizados naquele poder, a atenção aos princípios da transparência e da publicidade.
A Associação Brasileira de Mídia Digital repudia veementemente a remoção de conteúdo da qual foram vítimas nossos associados: Brasil 247, Revista Fórum e Metrópoles, conduta esta que viola a liberdade de imprensa, a liberdade de informação e atenta contra o estado democrático de direito.

Depois de contatos da diretoria da associação com a Câmara dos Deputados, o caso foi resolvido. 

Do episódio, restou o perigo de que fato como este, que a ABMD reputa censura, se torne  prática recorrente. Repudiamos, estamos atentos e diligentes contra toda e qualquer forma de cerceamento à liberdade de imprensa e aos primados da democracia.