O ano era 2019 e a TV Globo levava ao ar uma nova novela em seu horário mais nobre, às 21h30. O enredo tratava de uma mulher chamada Maria da Paz, interpretada por Juliana Paes, que vendia bolos e, por meio desse empreendimento, tornou-se um sucesso no mundo dos negócios, mas que acabara perdendo tudo num golpe, dando início a uma luta para retomar seu “império”. Era o folhetim “A Dona do Pedaço”.
Em 2022, Sandra Rodrigues Campos, que vive na cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, entrou com uma ação na Justiça acusando a emissora de ter plagiado sua história de vida na trama escrita por Walcyr Carrasco, exigindo uma indenização de R$ 15 milhões. Naturalmente, o Judiciário exigiu provas da boleira que levantou a acusação contra a maior e mais influente rede de televisão do Brasil.
O problema começou justamente aí. Sandra não conseguiu provar que “A Dona do Pedaço” era uma imitação de sua trajetória de vida e o juiz do processo deu ganho de causa à TV Globo, estipulando que uma indenização, a ser paga por ela, de R$ 1,5 milhão. Sandra recorreu.
Só que uma nova derrota nos tribunais veio no horizonte e desta vez o magistrado da segunda instância aumentou o valor a ser pago aos advogados da Globo: R$ 1,8 milhão. Ele entendeu que Sandra praticou “litigância de má fé”, um ato em que alguém sabendo ser falso determinado fato, ainda assim, vai à Justiça para tentar obter algum ganho com aquela causa inverídica.