RELAÇÕES SUSPEITAS

Chefe do jornalismo investigativo da Globo é demitido após ser citado em caso de corrupção

Nome de Tyndaro Menezes apareceu numa investigação do Ministério Público vinculado ao do empresário conhecido como “Rei Arthur” e do delegado Ângelo Ribeiro, afastado da polícia

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Após 30 anos na TV Globo comandando o núcleo de jornalismo investigativo da emissora, Tyndaro Menezes foi demitido nesta terça-feira (17) após seu nome surgir numa investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) atrelado a um esquema de negócios suspeitos na área da Saúde que seria comandado pelo empresário Arthur César Menezes Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur” e implicado em vários processos no Brasil e no exterior, e pelo delegado afastado da Polícia Civil fluminense Ângelo Ribeiro, acusado de receber dinheiro ilegalmente para não dar sequência a inquéritos que tramitavam em sua delegacia da área tributária.

Tyndaro não foi acusado de nenhum crime, mas como teria participado de conversas com os envolvidos no esquema que era investigado pelo MP, sendo classificado pelos promotores como “amigo” de “Rei Arthur” e de Ângelo Ribeiro, acabou sendo citado várias vezes na denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Isso foi considerado o suficiente para que a direção da maior emissora televisiva brasileira determinasse sua demissão.

O Departamento de Compliance da Globo, então, decidiu ouvir Tyndaro, que teria alegado que apenas “apresentou pessoas” e que não cometera qualquer ato ilegal. Ainda assim, seus superiores consideraram que a implicação foi uma quebra dos princípios editoriais da empresa e decidiram por desligá-lo.

Oficialmente, a TV Globo afirmou a vários veículos de imprensa que não comenta casos relacionados ao Compliance e que mantém um código de ética claro sobre a conduta desejada por parte de seus colaboradores e que todos estão sujeitos a essas previsões.