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YouTube mantém no ar mais de 1.700 vídeos com ataques ao sistema eleitoral, diz estudo

O material registra quase 68 milhões de visualizações, segundo levantamento do pesquisador Marcelo Alves, da PUC-RJ

Urna eletrônica é alvo de falsas acusações.Créditos: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
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Um estudo desenvolvido pelo pesquisador Marcelo Alves, do Departamento de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), aponta que o YouTube mantém no ar, ao menos, 1.701 vídeos com ataques ao sistema eleitoral e falsas acusações contra as urnas eletrônicas.

Ao todo, o material registra, até o momento, 67,7 milhões de visualizações, além de 368.955 comentários.

A pesquisa indica que o canal campeão de visualizações com vídeos que ameaçam a lisura do sistema eleitoral é o Pingos nos Is (15,7 milhões de visualizações), à frente de Folha Política (12,6 milhões), Jovem Pan News (2,5 milhões), Foco do Brasil (2,3 milhões) e Bolsonaro TV (2,2 milhões)., conforme reportagem de Patrícia Campos Mello, nesta quinta (24), na Folha de S.Paulo.

O levantamento aponta, ainda, que o vídeo com maior número de visualizações é o da live de Jair Bolsonaro (PL), do dia 29 de julho de 2021. Na oportunidade, o presidente declarou que mostraria provas de fraude na eleição de 2018.

Porém, como de costume, Bolsonaro apresentou somente boatos que circulam há vários anos na internet e foram desmentidos inúmeras vezes. O conteúdo, mentiroso e ofensivo, teve 1,3 milhão de visualizações.

Na sequência, com 1,2 milhão de acessos, aparece um vídeo sobre “delegado que apresenta documento sobre urnas adulteradas”.

Em novas diretrizes, YouTube garante que vai remover vídeos que insinuem fraude nas eleições de 2018

O YouTube divulgou, nesta terça-feira (22), novas diretrizes contra a disseminação de notícias falsas diante das eleições de outubro de 2022. A rede social promete que vai remover quaisquer vídeos que insinuem que teria havido fraude nas eleições de 2018, uma alegação falsa, sustentada muitas vezes por Bolsonaro.

“Com as eleições brasileiras se aproximando, sabemos que as pessoas buscam informações úteis sobre candidatos, candidatas e assuntos em alta. Queremos conectar as pessoas com fontes confiáveis de notícias e informações para que possam tomar decisões embasadas. Por isso, ao longo dos últimos anos, elaboramos um sólido conjunto de políticas e sistemas para dar visibilidade a conteúdo confiável e reduzir a disseminação de informações enganosas - permitindo, ao mesmo tempo, a realização do debate político”, diz o YouTube em nota.

Segundo a plataforma, está proibida a difusão de vídeos que tenham “conteúdo postado após a certificação dos resultados oficiais para promover alegações falsas de que fraudes, erros ou problemas técnicos generalizados mudaram o resultado de eleições nacionais anteriores”. Isso é válido para qualquer eleição presidencial dos EUA, eleições federais da Alemanha de 2021 e eleições presidenciais do Brasil de 2018.

Grande parte dos vídeos acompanhados pelo estudo do pesquisador seria passível de remoção, seguindo as novas regras do YouTube.