FETICHE POR TRAIÇÃO

Bolsonarista Regina Duarte já publicou conto erótico na Playboy - e está disponível na internet

Hoje defensora da "família", atriz e ex-ministra de Bolsonaro já foi um tanto quanto "liberal" nos costumes; jornalista resgatou texto picante e internauta o dispobilizou nas redes. Confira

Bolsonarista Regina Duarte já publicou conto erótico na Playboy.Créditos: Reprodução
Escrito en MÍDIA el

Se fosse hoje, poucos acreditariam. Mas em 1988 Regina Duarte publicou um conto erótico na revista adulta Playboy. Nos últimos anos, a atriz chamou a atenção por ter se tornado bolsonarista e, por um período, secretária nacional de Cultura do atual governo, defendendo pautas conservadoras e em defesa da "família"

No final da década de 80, no entanto, Regina era um tanto quanto "liberal" nos costumes e chocaria os atuais bolsonaristas. Publicado na edição da Playboy que trazia na capa um ensaio nu da ex-jogadora de basquete Hortência, o conto da "Namoradinha do Brasil", intitulado "O Pacto", tratava do fetiche de uma mulher em ser traída pelo seu marido

O texto ficcional foi recuperado por Clarissa Passos e Samir Salim Jr., ambos jornalistas que se juntaram na "empreitada" de comprar a edição antiga da revista. A partir de uma publicação de Clarissa no Twitter com fotos da Playboy em questão, um internauta transcreveu o conto e o disponibilizou na internet

Usuários das redes sociais vêm compartilhando o conto de Regina Duarte não por ser um problema escrever textos eróticos, mas pela hipocrisia da atriz que hoje, em sua defesa de valores morais conservadores, condena práticas como as que descreveu na revista adulta. 

Entre outros trechos picantes, Regina Duarte descreve que a personagem Sônia, no aguardo do retorno de seu marido Henrique de uma viagem, o aguardava "excitada e nua" para que ele contasse sobre uma suposta traição. A íntegra do conto pode ser lida neste link

Confira abaixo um trecho 

Ela viu o marido atravessando o quarto na ponta dos pés em direção ao banheiro, como quem rouba. Ouviu os ruídos que ele fez lá dentro, depois de se esmerar em fechar a porta excessivamente devagar. Xixi, descarga, silêncio, porta-toalhas, silêncio, chuveiro... Esperou ouvir o corpo dele, "gostoso... tesudo...", entrando no banho, pra se decidir ficar nua. E foi assim que entrou, abrupta, no banheiro, rindo e invadindo o box, disputando com ele a água morninha.

Foram beijos longos, suspirados, gemidos, corpos colados na água, pausas pra tomar ar, risos e mãos passeando a pele, com força, com cuidados de quem recupera a memória.

Falaram juntos "...saudade!" Se olharam nos olhos, se examinaram de cima a baixo e se abraçaram um tempo forte, primeiro; feito irmos, quase, depois.

A água tinha um efeito relaxante que Sônia rompeu, pegando o sabonete e falando depressa, talvez um pouco alto demais:

—  Da próxima vez eu vou junto, Rique, foi muito chato. Tive mil fantasias horríveis, cê tem que me contar tudo, pelo amor de Deus!

Ela ensabava o peito dele com uma energia que foi ficando lânguida e calculada na aproximação do baixo-ventre.

— Fantasia? Que fantasia, amor?

Ele tinha a cara voltada pro jato da ducha e ela não respondeu, concentrada eu no que estava fazendo, minuciosa, olhando e lambendo com o olhar, vontade de beijar, dentar, não agora, depois.

O membro reagiu, rijo. Henrique levantou com as duas mãos a cabeça dela para um beijo, mas ela escapou, escorregadia, riso maroto, pras pernas e pés dele. "Primeiro a tarefa", pensou. E mais: "Gueixa". Ajoelhada.