A eleição de Lula (PT) para um terceiro mandato como presidente da República já começa a mostrar os primeiros impactos na bolha de “comunicadores” bolsonaristas. Nesta segunda-feira (30), a Jovem Pan News, emissora de TV a cabo com programação e linha editorial mais afinadas com o radicalismo do mandatário de extrema direita, que deixará o cargo em 1° de janeiro de 2023, anunciou que Caio Coppolla, Augusto Nunes e Guilherme Fiúza, três de seus mais ferrenhos e reacionários comentaristas, estão demitidos.
Segundo a coluna de Ricardo Feltrin, no UOL, funcionários da Jovem Pan, que teriam falado sob condição de anonimato, disseram que Coppolla teria sido desligado por uma gama de motivos, que iriam desde seu comportamento de “diva”, pois gravava pouco para os programas, passando por uma solicitação de férias logo após assinatura do contrato, e até mesmo supostas acusações graves feitas por uma ex-namorada.
No caso de Augusto Nunes, a emissora informou que não daria detalhes, já que o contrato firmado entre as partes impõe confidencialidade. Também conforme o UOL, a decisão da direção da Jovem Pan teria sido tomada após o comentarista de extrema direita não respeitar uma determinação do TSE que o proibiu de fazer acusações contra Lula.
Por fim, Guilherme Fiúza, ainda de acordo com Feltrin em sua coluna do UOL, também teria sido demitido pelas mesmas razões que Nunes, com quem dividia bancada no programa “Os Pingos nos Is”, dedicado a defender ferozmente Bolsonaro e atacar a esquerda. Seus chefes estariam furiosos com as críticas desses jornalistas contra a ordem judicial do TSE, que era tratada pelos bolsonaristas como “censura”.
O fato é que tantas mudanças na rede de apoio ao bolsonarismo têm gerado rumores de que a Jovem Pan News estaria preparando uma guinada “ideológica”. Ou seja, estaria amornando sua linha editorial reacionária para se adaptar aos novos tempos que vêm pela frente.