Não foi apenas nas redes sociais que virou piada o desfile militar promovido pelo governo de Jair Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (10). A imprensa internacional repercutiu com ironias a movimentação golpista à luz do dia promovida pelo presidente.
"Desfile militar da 'república das bananas' de Bolsonaro condenado pela crítica", diz reportagem publicada pelo jornalista Tom Phillips no The Guardian. A matéria ganhou destaque no portal do veículo britânico.
"Os críticos denunciaram a decisão 'ao estilo da república das bananas' de Jair Bolsonaro de enviar veículos de combate às ruas da capital do Brasil para um raro desfile militar no que foi amplamente visto como a tentativa desajeitada de um presidente sitiado de projetar força", aponta trecho da matéria do Guardian sobre o desfile de Bolsonaro.
Apesar de virar motivo de piada, o desfile foi visto pela oposição como um sinal de confrontação ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, que vota a PEC do voto impresso nesta terça. "É inaceitável, ainda, que as Forças Armadas permitam que sua imagem seja exposta desta maneira, usada para sugerir o uso de força em apoio à proposta antidemocrática e de caráter golpista, defendida pelo presidente da República", diz nota assinada por PSB, PCdoB, PDT, PT, REDE, PSOL, PSTU, Solidariedade e Unidade Popular.
Ação militar de Bolsonaro
Celso Amorim, ex-ministro da Defesa e das Relações Internacionais, disse durante entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, nesta terça que a ação “é inconveniente”. “Tanque na rua não é coisa boa. Só no sete de setembro e mesmo assim tem gente que reclama”, disse.
“A própria demonstração de força já é considerada uma ação militar. A carta da ONU quando elenca as possibilidades de ação militar diz isso. A demonstração de força dentro de uma situação de tensão é uma ação militar”, declarou.
