Em entrevista ao programa de Pedro Bial na madrugada desta terça-feira (20), o jornalista Boris Casoy afirmou que o "pânico do comunismo" o levou a apoiar o golpe de 64 no Brasil.
"Minha mãe já estava muito doente, ela acabou falecendo em agosto de 64, mas ela dizia que parecia a Rússia, olha esse movimento, esse comício. Essa era uma influência sentimental. Agora o que me levou a apoiar 64, eu tinha 23 anos, estava começando a faculdade, era uma profunda convicção democrática. Eu tinha pânico do comunismo", disse o apresentador, que montou canal no Youtube após ser demitido da Rede TV em setembro de 2020.
Casoy, que já foi acusado de participar do grupo Comando de Caça aos Comunistas (CCC), uma organização paramilitar que servia como braço civil da ditadura militar, disse que acreditou que o golpe seria uma "revolução", mas mostrou-se desiludido com o regime militar.
"O que era na minha cabeça de golpe de 64? Era uma limpeza. O golpe se dizia, a gente chamava de revolução, contra a corrupção e a favor da democracia. Essas duas coisas foram sendo devagarzinho abandonadas, havia uma promessa de realização de eleições, apareceram os candidatos e as coisas foram se complicando, a gente ficou sabendo da tortura. Você passa a não concordar com uma série de fatores que foram levados a efeito por esse golpe e ficou mais de 20 anos. Não era isso que a gente imaginava".
Bolsonaro
Na entrevista, Casoy ainda afirmou que não perdoa Jair Bolsonaro por causa do "negacionismo" em relação às vacinas que, segundo ele, anula "as virtudes" do presidente.
"Apareceu essa bobagem (negacionismo), essa besteira muito estimulada pelo presidente da República. Eu não perdoo Bolsonaro, ele pode ter as virtudes que tiver, mas isso anula as virtudes".