Em artigo na revista Crusoé, que faz parte do grupo de comunicação que comanda, nesta sexta-feira (7), Diogo Mainardi se compara ao jornalista Paulo Francis, criador do Manhantan Connection juntamente com Lucas Mendes, e cria suspense sobre uma teoria da conspiração em torno de seu pedido de demissão na TV Cultura após xingar o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
"Paulo Francis morreu depois de ter denunciado, no Manhattan Connection, a rapina na Petrobras. Meu caso é bem mais ordinário do que o dele: limitei-me a xingar o lulista Kakay, e garanto que não vou morrer por causa disso", escreve Mainardi.
No texto, ele critica a nota emitida pela TV Cultura sobre sua demissão e diz que a emissora, ligada ao governo paulista, "não esclareceu apenas o conteúdo dos telefonemas de Gilmar Mendes e João Doria".
Se colocando como vítima, Mainardi diz que mandou Kakay "tomar no cu", depois que o advogado o classificou, por quatro vezes, como "humorista azedo e burro".
"Depois que Kakay repetiu pela quarta vez que eu era um humorista azedo e burro, porém, percebi que ele havia ensaiado a tirada diante do espelho. Por isso, e só por isso, mandei-o tomar no c…, parodiando uma frase dita por Fábio Porchat no segundo bloco do programa. Para meu espanto, o resultado não foi bom. A TV Cultura prometeu tomar medidas contra mim. A fim de poupar meus colegas (e amigos) de mais constrangimentos, resolvi pedir demissão."
Lava Jato
No texto, Mainardi diz ainda que condenou "o defensor lulista em meu tribunal particular" porque Kakay disse que Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato deveriam estar na cadeia.
"Durante o programa, Kakay disse que Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato — aqueles que escancararam a rapina na Petrobras e prenderam os clientes de Kakay — deveriam estar na cadeia. Quando Lucas Mendes me passou a palavra, sugeri mudar de assunto, porque o defensor lulista, em meu tribunal particular, já foi julgado parcial e suspeito para falar sobre bandidagem."
Por fim, Mainardi se coloca como vítima, juntamente com a Lava Jato, do mesmo mal que "matou Paulo Francis".
"O Manhattan Connection sobreviveu à morte de Paulo Francis, e vai sobreviver também, é claro, sem mim. O programa é muito maior do que cada um de seus integrantes. O que importa, aqui, é o que conecta esses dois casos: a rapina na Petrobras, que matou Paulo Francis com um processo e, duas décadas mais tarde, conseguiu matar igualmente a Lava Jato, com uma manobra judicial bem representada por Kakay. Paulo Francis e a Lava Jato viraram pó; a rapina na Petrobras, por outro lado, vai permanecer no ar para sempre."