Prerrogativas solta nota contra xingamento de Mainardi a Kakay no Manhattan Connection da TV Cultura

"Afrontas tresloucadas e acanalhadas como essa revelam-se inteiramente estranhas ao ambiente jornalístico profissional, assim como ao padrão de uma emissora educativa e informativa de índole pública", diz o grupo de juristas, advogados e professores

Kakay - Foto: DivulgaçãoCréditos: Divulgação
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O Prerrogativas, grupo composto por juristas, advogados e professores que discutem o mundo jurídico sob uma perspectiva progressista, divulgou uma nota, na noite desta quinta-feira (29), em que presta solidariedade ao Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e condena os ataques feitos a ele pelo jornalista Diogo Mainardi no programa Manhattan Connection, da TV Cultura.

Na edição do programa nesta quarta-feira (28), Mainardi se irritou com as críticas feitas por Kakay ao ex-juiz Sérgio Moro. "Antonio Carlos, eu não estou a fim de ouvir as suas baboseiras. Você pra mim representa o atraso do desenvolvimento do Brasil", disse o jornalista em um dos momentos da discussão.

O advogado rebateu: "Não aceito provocação barata. A pessoa, para me provocar, precisa ter no mínimo um bom humor, uma inteligência específica". Após seguir respondendo uma série de provocações durante a entrevista, Kakay foi indagado por Lucas Mendes se “absolvia ou condenava o programa” e deu uma alfinetada em Mainardi.

“Eu acho esse programa quase perfeito. Tem três pessoas extremamente preparadas, pessoas que vivem no mundo, e tem um mau humorado pra poder falar, gritar, xingar, isso tudo é alegria, faz parte. Humorista que tem mau humor é tradicional, mas que tem mau humor e não tem inteligência, vocês são muito corajosos”, disse Kakay. Mainardi, então, baixou ainda mais o nível de seus xingamentos: “Como diria Olavo de Carvalho, vai tomar no cu”.

O Prerrogativas, no nota divulgada nesta quinta-feira, classifica a postura de Mainardi como "absolutamente incompatível com o mínimo de civilidade e decência que deve orientar o debate nos veículos de comunicação". "Afrontas tresloucadas e acanalhadas como essa revelam-se inteiramente estranhas ao ambiente jornalístico profissional, assim como ao padrão de uma emissora educativa e informativa de índole pública", diz o texto.

"A interação de Mainardi com o entrevistado foi exclusivamente pautada pelo discurso de ódio e pela desqualificação pessoal, desprovidos da mais tênue reflexão. Ao tempo em que Mainardi escalava em sua mal-intencionada performance, Kakay reagia com bom humor, elegância e vivacidade, buscando sempre a contraposição de ideias", afirma ainda o grupo.

Confira, abaixo, a íntegra da nota.

Ao participar do programa Manhattan Connection, veiculado pela TV Cultura na noite dessa quarta (28/4), o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay) foi vítima de ataques desarrazoados, grosseiros e deselegantes do entrevistador Diogo Mainardi. Ao final da entrevista, à falta de argumentos, Mainardi culminou seu destempero com uma agressão chula contra Kakay, em atitude de profundo desrespeito ao convidado e aos telespectadores.

Tal postura de Mainardi é absolutamente incompatível com o mínimo de civilidade e decência que deve orientar o debate nos veículos de comunicação. Sequer as liberdades de expressão e de imprensa induzem tolerância com tamanha demonstração de insultuosa prepotência por parte do entrevistador. Afrontas tresloucadas e acanalhadas como essa revelam-se inteiramente estranhas ao ambiente jornalístico profissional, assim como ao padrão de uma emissora educativa e informativa de índole pública.

A interação de Mainardi com o entrevistado foi exclusivamente pautada pelo discurso de ódio e pela desqualificação pessoal, desprovidos da mais tênue reflexão. Ao tempo em que Mainardi escalava em sua mal-intencionada performance, Kakay reagia com bom humor, elegância e vivacidade, buscando sempre a contraposição de ideias.

Nós, juristas, advogados e professores do grupo Prerrogativas, nos solidarizamos a Kakay por ter sofrido essas provocações, hostilidades e ofensas inaceitáveis. E consideramos que o episódio deva produzir consequências suficientes a restaurar a credibilidade profissional e jornalística do programa Manhattan Connection e da TV Cultura, afetada gravemente por tal incidente.