O jornal francês Le Monde publicou em sua edição de sábado (10) uma reportagem que destrincha a atuação da Operação Lava Jato no Brasil e mostra que o ex-juiz federal Sergio Moro possui laços com os Estados Unidos desde 2007, quando o presidente do país ainda era George W. Bush.
A matéria, assinada por Gaspard Estrada e Nicolas Bourcier, traz a seguinte chamada: "Um magistrado considerado 'tendencioso', às vezes ilegal e à sombra dos Estados Unidos: a maior operação anticorrupção da história do Brasil tornou-se seu maior escândalo jurídico. Meses de investigação foram necessários para que o 'Le Monde' traçasse o outro lado dessa cena".
A reportagem aponta que Moro foi recrutado pelos Estados Unidos em 2007 para conhecer os métodos usados pelos estadunidenses e atuar em favor do país sem parecer um "peão". A reportagem, então destaca que a lei anticorrupção de 2013 e a formação do grupo de trabalho - prática estimulada pelos EUA - da Lava Jato surgiram com objetivos geopolíticos.
"Para os Estados Unidos, trata-se de reduzir a influência geopolítica do Brasil na América Latina, mas também na África", diz a matéria.
Segundo o Le Monde, os promotores do Departamento de Justiça dos EUA estavam "monitorando de perto a situação política no Brasil" diante da iminência do processo de golpe parlamentar contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.
"Quando Lula foi condenado por 'corrupção passiva e lavagem de dinheiro' em 12 de julho de 2017, poucos jornalistas relataram que essas acusações foram pronunciadas 'por fatos indeterminados'", diz ainda o texto.
A reportagem foi traduzida na íntegra pelo Brasil 247, confira aqui