Le Monde aponta que Moro e Lava Jato foram usados pelos EUA para fins geopolíticos contra o Brasil

O jornal francês classificou a operação como "maior escândalo judicial do planeta"

Moro, maior "estrela" da Lava Jato, no Wilson Center em Washington, EUA, em julho de 2016 (Reprodução)
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O jornal francês Le Monde publicou em sua edição de sábado (10) uma reportagem que destrincha a atuação da Operação Lava Jato no Brasil e mostra que o ex-juiz federal Sergio Moro possui laços com os Estados Unidos desde 2007, quando o presidente do país ainda era George W. Bush.

A matéria, assinada por Gaspard Estrada e Nicolas Bourcier, traz a seguinte chamada: "Um magistrado considerado 'tendencioso', às vezes ilegal e à sombra dos Estados Unidos: a maior operação anticorrupção da história do Brasil tornou-se seu maior escândalo jurídico. Meses de investigação foram necessários para que o 'Le Monde' traçasse o outro lado dessa cena".

A reportagem aponta que Moro foi recrutado pelos Estados Unidos em 2007 para conhecer os métodos usados pelos estadunidenses e atuar em favor do país sem parecer um "peão". A reportagem, então destaca que a lei anticorrupção de 2013 e a formação do grupo de trabalho - prática estimulada pelos EUA - da Lava Jato surgiram com objetivos geopolíticos.

"Para os Estados Unidos, trata-se de reduzir a influência geopolítica do Brasil na América Latina, mas também na África", diz a matéria.

Segundo o Le Monde, os promotores do Departamento de Justiça dos EUA estavam "monitorando de perto a situação política no Brasil" diante da iminência do processo de golpe parlamentar contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.

"Quando Lula foi condenado por 'corrupção passiva e lavagem de dinheiro' em 12 de julho de 2017, poucos jornalistas relataram que essas acusações foram pronunciadas 'por fatos indeterminados'", diz ainda o texto.

A reportagem foi traduzida na íntegra pelo Brasil 247, confira aqui

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