Jamil Chade escreve carta e detona Ratinho, que defendeu golpe militar igual ao de Singapura

Jornalista descreve como é o regime do país que apresentador elogiou, destacando falta de liberdade de imprensa e eleições com regras que inviabilizam a oposição

Jamil Chade e Ratinho (Montagem / Arquivo Pessoal e Reprodução)
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O jornalista Jamil Chade, colunista do UOL, deu um “tapa com luva de pelica” no apresentador Ratinho nesta quinta-feira (18). Repórter com conhecimento internacional, ele escreveu uma “carta” para o apresentador, descrevendo como é a política e a liberdade de imprensa em Singapura, país elogiado por Ratinho.

O apresentador, usado por Jair Bolsonaro (sem partido) em mais de uma campanha, havia defendido na véspera em seu programa de rádio que era favorável a uma “limpeza” como a que, a seu ver, ocorreu em Singapura após golpe militar. Ele também defendeu medidas higienistas contra moradores de rua.

Na mensagem a Ratinho, Chade conta que, depois do golpe militar dado no país asiático, Lee Kuan Yew restabeleceu as eleições, que acontecem a cada seis anos. Mas esclarece ao apresentador que por lá as regras são feitas de uma maneira que impede a oposição a formar um governo.

Chade também relata que, no país citado como modelo por Ratinho, jornalistas sofrem pressões e processos, muitas vezes ilegais. E, ainda, que o governo criou um órgão, a Autoridade do Desenvolvimento da Imprensa, “com o objetivo de censurar todo e qualquer artigo que seja veiculado no país”.

O colunista segue com a explanação até que termina dizendo que, se estivesse em Singapura, aquela carta  não seria publicada ou ele seria preso.

Leia a íntegra da carta de Jamil Chade a Ratinho publicada pelo UOL aqui.