Sindicato dos Jornalistas, Fenaj, ABMD e Grupo Prerrogativas soltam notas de repúdio contra ameaças a jornalista da Fórum

Entidades se unem contra ofensas e ameaças a Marcelo Hailer, que assinou texto denunciando massacre policial em Varginha

Operação policial em Varginha - Foto: Reprodução TV Globo
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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Mídia Digital (ABMD) e o Grupo Prerrogativas divulgaram, nesta terça-feira (2), notas de repúdio contra as agressões e ameaças sofridas pelo jornalista Marcelo Hailer, da Fórum.

Após a publicação da matéria “Massacre: Operação policial em Minas deixa 25 mortos e nenhum deles policial”, Hailer, que assina o texto, começou a receber ameaças de morte e insultos LGBTfóbicos de grupos bolsonaristas em suas redes sociais.

As ameaças ganharam intensidade depois que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comentou o assunto e criticou a cobertura da imprensa.

Veja a íntegra da nota do SJSP e da Fenaj:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) exigem providências enérgicas e imediatas sobre a situação do jornalista Marcelo Hailer, que recebeu inúmeras ameaças nos últimos dias a partir da publicação de matéria “Massacre: Operação policial em Minas deixa 25 mortos e nenhum deles policial” na Revista Fórum.

Os ataques, também de caráter homofóbico, chegaram a centenas e foram intensificados a partir de postagens nas redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República. 

As entidades se solidarizam com Marcelo, acostumado a fazer coberturas de temas relacionados aos direitos humanos. O SJSP entrou em contato com o jornalista e colocou à disposição seu departamento jurídico, além do que mais for necessário. “Neste momento, o que me faz sentir melhor é a solidariedade que tenho recebido da categoria. E é muito importante o apoio do Sindicato e da Fenaj” – disse Marcelo, que registrou Boletim de Ocorrência eletrônico.

As ameaças partem, em geral, de grupos bolsonaristas em redes sociais, e vão desde rastrear a vida do jornalista, à execução dele e de seus familiares. Sem contar os insultos homofóbicos.

A matéria de autoria de Marcelo abordava a operação policial que matou 25 pessoas em Varginha (MG) no domingo (31). A reação criminosa contra a atividade do jornalista é reflexo do ódio promovido pelo governo Bolsonaro contra os profissionais da imprensa e à liberdade de expressão. Inadmissível e repugnante.

Veja a íntegra da nota assinada por ABMD e Grupo Prerrogativas:

A Associação Brasileira de Mídia Digital e o Grupo Prerrogativas vêm a público repudiar veementemente as ameaças de morte e insultos LGBTfóbicos desferidos por grupos bolsonaristas ao jornalista Marcelo Hailer e sua família.

As ameaças foram feitas nas redes sociais do jornalista logo após a publicação de matéria assinada por ele na Revista Fórum sobre a violenta operação da Polícia Militar em Varginha, Minas Gerais, que resultou em 25 mortes.

Utilizando-se da estratégia nazifascista de intimidação, um dos militantes de extrema direita chegou a afirmar que vai executar o jornalista e divulgar o vídeo nas redes sociais.

Como bem lembrou a Fenaj em nota de repúdio sobre os ataques contra jornalistas que cobriram a viagem de Bolsonaro a Roma, a terça-feira, 2 de novembro, é o Dia Mundial de Combate à Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

Cobraremos a Justiça e o Parlamento brasileiros, instituições que representam os pilares da nossa democracia, para que estejam atentos e exijam a imediata identificação e punição dos responsáveis pelos atos terroristas contra a Revista Fórum e o jornalista Marcelo Hailer.

Florestan Fernandes Jr., presidente da Associação Brasileira de Mídia Digital.

Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas.

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