O Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu que a revista IstoÉ não cometeu abuso ao publicar a reportagem "Levei Mala de Dinheiro para Lula", que foi capa da edição de 22 de fevereiro de 2017. As acusações divulgadas pela revista nunca foram comprovadas.
A "matéria" consistia em uma entrevista com Davincci Lourenço de Almeida, descrito pela revista como "um químico sem formação superior que privava da intimidade da cúpula da empreiteira Camargo Corrêa".
À publicação, Lourenço de Allmeida afirmou que, em 2012 levou uma mala de dólares para uma terceira pessoa e que esta entregaria ao ex-presidente em troca de apoio para a obtenção de um contrato na Petrobras.
O ex-presidente Lula afirmou que a reportagem era mentirosa e processou a publicação, os jornalistas Sérgio Pardellas e Germano Oliveira e Davincci, e pediu uma indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
"A denúncia é absolutamente mentirosa e inventada por um farsante que almeja apenas momentos de fama instantânea às custas de quem quer que seja. Qualquer jornalista sério e responsável jamais publicaria uma enxurrada de ofensas e inverdades oriundas de uma pessoa com o histórico de Davincci, principalmente sem qualquer elemento de corroboração", declarou a defesa de Lula à justiça.
Por sua vez, os jornalistas se defenderam dizendo à Justiça que "apenas publicaram" aquilo que foi declarado por Davincci.
Incrivelmente, o desembargador James Siano, relator do caso, declarou que o texto "caráter informativo. A revista se limitou a reproduzir matéria objeto de apuração criminal, com a identificação do denunciante".
Além de dar ganho de causa para a revista e para os jornalistas, o desembargador afirmou que Davincci forneceu "informações úteis e necessárias a uma investigação criminal, ensejaria o desestímulo a qualquer cidadão que prima pela apuração de responsabilidade pelo cometimento de ilícitos".
Dessa maneira, a Justiça determinou que Lula pague os honorários dos advogados da revista e de Davincci, calculados em 15% sobre o valor da indenização solicitada. O ex-presidente ainda pode recorrer da decisão.
Conspiração extraterrestre
Davincci Lourenço de Almeida é uma figura conhecida por já ter plantado fake news contra a Celso Russomano, de que, nas eleições de 2012 Russomano teria recebido informações sobre fraude nas urnas eletrônicas.
Outra “tese” espalhada por Davincci fala sobre uma suposta conspiração extraterrestre e, além disso, também já afirmou que o governo da então presidenta Dilma (2010-16) espalhava "propositalmente" o vírus zika.