A Ong Artigo 19 divulgou um monitoramento de dados que denuncia 449 agressões à imprensa feitas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e membros de sua família, que exercem cargos na política brasileira, entre janeiro de 2019 até setembro de 2020.
A entidade alerta sobre a expansão do braço autoritário, não somente na política nacional, mas no panorama mundial como um todo e diz que o número exorbitante de ofensas não foram exclusivo a jornalistas, se expandindo a veículos de comunicação.
De acordo com a Artigo 19, os casos que envolviam exposições individuais de jornalistas são 104 das 449 agressões – a representação percentual de 23% das ocorrências divulgadas. A Ong ainda elencou como ataques dessa categoria acusações, exposição de fotos e de nomes, que resultaram, muitas vezes, em ofensivas virtuais em massa.
"O discurso hostil e intimidatório de Bolsonaro, seus familiares e ministros contra a imprensa e jornalistas vem incentivando a militância de apoiadores a assediar profissionais da área da comunicação nas redes sociais nos últimos meses, inclusive com ameaças de morte e agressões aos profissionais e a seus familiares", diz a Ong.
Entre os casos trazidos pela pesquisa da Artigo 19 estão a última ofensiva do presidente Bolsonaro a um jornalista, que o questionou sobre os depósitos de R$89 mil na conta da primeira-dama, Michelle, onde ele ameaçou a “encher a boca” do repórter “de porrada”, até o primeiro marco das agressões, quando expôs publicamente Miriam Leitão, divulgando mentiras e notícias falsas a respeito da vida pessoal da jornalista, em julho de 2019.