O Jornal Nacional, da TV Globo, expôs, nesta terça-feira (30), as inconsistências no currículo do ex-ministro Carlos Alberto Decotelli e exibiu uma entrevista com um pesquisador que avaliou que o título de mestrado do economista militar deve ser revogado por plágio. Decotelli se demitiu do MEC cinco dias após ser nomeado.
"O professor Carlos Alberto Decotelli não resistiu a cinco dias como ministro da Educação. Antes mesmo de tomar posse, foi vencido por uma série de denúncias sobre informações falsas no currículo dele", afirmou o apresentador William Bonner.
Segundo o JN, a demissão, que ainda não foi anunciada publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, será publicada mas na quarta-feira (30).
Na reportagem conduzida por Delis Ortiz, o telejornal exibiu os "ajustes" feitos no currículo do ex-ministro - que dizia ter doutorado e pós-doutorado - e ainda entrevistou um professor da PUC do Chile, Enrico Resende, que verificou a dissertação de mestrado de Decotelli, assim como o professor Thomás Conti, do Insper.
Rezende apontou que ao menos 70% do texto é produto de plágio e acredita que Decotelli pode perder o título. "Isso em um título de mestrado não é aceitável e o título deve ser, provavelmente, revogado", afirmou.
O JN ainda ouviu a presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé, que apontou que o governo Bolsonaro transformou o MEC em um balcão de negócios, e o movimento Todos Pela Educação, que afirmou que o governo ainda não teve um ministro.