Em editorial, o Globo frisa que inquérito do STF sobre fake news "chegou à antessala de Jair Bolsonaro" e que na investigação constam três integrantes da Assessoria Especial da Presidência: Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Os três operam com Carlos Bolsonaro, vereador carioca e filho do presidente.
Tomaz e Gomes foram pagos pela Câmara do Rio na campanha de 2018. De acordo com o editorial, "suas agendas oscilam entre o lacônico “Despacho interno” e o sucinto “Sem compromisso”". Diniz ganhou um cargo de 27 palavras: “Assessor no Departamento de Relações com a Imprensa Internacional da Secretaria de Imprensa da Secretaria Especial de Comunicação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República”.
Composta por sites financiados com anúncios públicos e privados, a rede de fake news tem contribuintes como Luciano Hang, da Havan (141 lojas e vendas de 10,7 bilhões), e Edgard Gomes Corona, da SmartFit (850 salas de ginástica e receita de 2,4 bilhões) e dá sinais de se estender por Rio, São Paulo, Minas, Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia.
Na quinta-feira, em edição extra do Diário Oficial, Bolsonaro, preocupado em ampliar sua malha de coleta de informação, estendeu a seção de Inteligência do Ministério da Justiça apenas 48 horas após a ação do Supremo contra 25 suspeitos, entre eles empresários, parlamentares e o ex-deputado Roberto Jefferson. O presidente aumentou a cooperação dos núcleos (P-2) da Polícia Militar.
O processo de transformação de espionagem das PMs foi concebido por André Mendonça, que se autointitula como “servo” de Bolsonaro na Justiça, explorando brechas da lei numa área sem fiscalização do Congresso.
Existe uma risível comissão de controle, mas ela comandada pelo senador Nelson Trad (PSD-MS) e pelo outro filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Houve uma única reunião em 480 dias, que durou 9 minutos e 48 segundos.