O Intervozes, organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil, protocolou junto ao Ministério Público Federal (MPF), nesta terça-feira (18), uma representação contra a TV Record por conta do episódio de sensacionalismo observado no programa Cidade Alerta desta segunda-feira (17).
Uma mulher que estava sendo entrevistada ao vivo desmaiou ao ser informada pelo apresentador Luiz Bacci que sua filha, até então desaparecida, havia sido assassinada pelo namorado.
Pega de surpresa pela informação, a mulher se desesperou em pleno ar. “Não! Não! Ele não fez isso com a minha filha!", gritou antes de perder os sentidos e precisar ser socorrida por pessoas que estavam próximas. Apesar da confusão que se formou, o link não foi tirado do ar.
Na representação, o Intervozes argumenta que a TV Record feriu a Constituição Federal em relação ao direito à privacidade, à imagem e à intimidade dos indivíduos, bem como os valores éticos e sociais da pessoa e da família. "No capítulo V, sobre a Comunicação Social, a Constituição afirma que as liberdades de expressão e de informação devem respeitar outros direitos fundamentais previstos na legislação em vigor", diz o texto.
"O episódio aqui relatado vai, portanto, na contramão dos dispositivos que regulam a radiodifusão no Brasil e dos padrões internacionais que buscam assegurar a efetivação de tais direitos. Cabe destacar que o padrão de produção de conteúdo praticado pelos programas policialescos, especificamente o Cidade Alerta, atenta não só contra os diretamente envolvidos no ‘Caso Marcela’, mas a todos direta ou indiretamente impactados pela transmissão do programa", diz ainda o Intervozes no requerimento.
Confira a íntegra da representação aqui.