Ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT) foi às redes na manhã deste domingo (27) criticar a reportagem de capa do jornal O Estado de S.Paulo, que mostra um crescimento de mulheres, negros e pobres em faculdades de Medicina, usando dados da Universidade de São Paulo, sem mencionar que as políticas inclusivas foram desenvolvidas nos governos Lula e Dilma Rousseff, do PT, e as lutas dos movimentos sociais.
"Jornais falsificam a história, omitindo a luta do movimento negro e do movimento estudantil e a ação dos governos populares que desenharam as políticas que mudaram a educação no país: Prouni, Fundeb, Lei do Piso, Ideb, Reuni, novo Enem, SiSU, Lei de Cotas, Fies s/ fiador etc", tuitou o ex-ministro da Educação.
A reportagem divulga o estudo Demografia Médica, da USP, que confirma que atualmente 60% dos formandos em Medicina são mulheres, além do crescimento de negros nas universidades: em 2013, eram 23,6%; em 2016, representavam 26,1% e, em 2019, somavam 27,7% do total.
"Alunos oriundos de famílias de menor renda ou que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas também vêm sendo mais recorrentes nas salas de aula", diz a reportagem, ciando logo em seguida que "o sistema de cotas para alunos negros - implementado na UERJ desde 2003, mas na USP apenas no ano passado - é um dos maiores responsáveis pela inclusão".
Leia a reportagem no site do Estadão
"Década"
Na semana passada, a Folha de S. Paulo optou por modificar a polêmica manchete da reportagem que faz um balanço das políticas de ações afirmativas implementadas na última década. O texto, no entanto, segue sem mencionar os governos do PT.
Tarso Genro, ex-presidente nacional do PT e ex-ministro da Educação, foi um dos primeiros a criticar a chamada escolhida pela Folha: “década colocou os negros na faculdade, e não (só) para fazer faxina”. Segundo Genro, o título ignorava um sujeito histórico, o PT.