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Reportagem do programa “Fique ligado”, da TV Brasil, que foi ao ar na última segunda-feira (6), sobre a exposição “O Pasquim 50 anos”, em cartaz no Sesc de São Paulo, sofreu censura. Trecho que mencionava a prisão de jornalistas do semanário durante a ditadura militar foi cortado.
A parte cortada contava o episódio que ficou conhecido como a “Gripe do Pasquim”, quando nove jornalistas do folhetim foram presos durante dois meses.
Toda a história relativa ao caso e uma fala de um dos curadores da exposição sobre o autoritarismo da ditadura estavam na reportagem que foi enviada pela sucursal de São Paulo, mas foram excluídas na edição em Brasília. No trecho excluído, que vai de 1m05s até 1m38s, a repórter menciona que a sátira “irritou a ditadura militar”.
"Critérios de tempo compatíveis com o programa"
A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) afirmou em nota que a edição da matéria seguiu critérios de tempo compatíveis com o programa. “A EBC esclarece que a matéria foi editada obedecendo aos critérios de tempo compatíveis com o programa Fique Ligado, que prevê reportagens curtas e dinâmicas. A Empresa reitera o zelo pela produção de um jornalismo preciso, isento e de qualidade”, diz o texto.
Não é a primeira vez que a EBC registra um caso semelhante. Em agosto do ano passado, o governo suspendeu um edital com participação da empresa e da Agência Nacional de Cinema (Ancine) para produções com temática LGBT que seriam transmitidas por TVs públicas. A suspensão ocorreu após as séries serem criticadas pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.