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O The Intercept Brasil publicou uma nota na tarde desta terça-feira (21) criticando a ação do Ministério Público contra o jornalista Glenn Greenwald, editor do veículo. O texto destaca que a Polícia Federal não havia indiciado Glenn ao verificar as mesmas mensagens usadas pelo procurador Wellington Oliveira, pró-Moro, para acusá-lo.
"Os diálogos utilizados pelo MPF na denúncia são rigorosamente os mesmos que já haviam sido analisados pela Polícia Federal durante a operação Spoofing, e acerca dos quais a PF não imputou qualquer conduta criminosa a Glenn. A PF conlcuiu: 'Não é possível identificar a participação moral e material do jornalista Glenn Greenwald nos crimes investigados'", diz trecho da nota do veículo.
O texto ainda avalia que o MP adota um papel "claramente político" e denuncia uma tentativa de cerceamento de liberdade de expressão. "Nós do Intercept vemos nessa ação uma tentativa de criminalizar não somente o nosso trabalho, mas de todo o jornalismo brasileiro. Não existe democracia sem jornalismo crítico e livre. A sociedade brasileira não pode aceitar abusos de poder como esse", pontua o veículo.
A denúncia
Glenn foi denunciado pelo procurador Wellington Oliveira por supostamente ter auxiliado e orientado hackers presos na Operação Spoofing. Oliveira é o mesmo procurador que denunciou, no dia 19 de dezembro, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, sob a acusação de ter caluniado o ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Em vídeo publicado em suas redes, o editor do The Intercept afirmou que a denúncia contra ele “é obviamente uma retaliação pelo governo Bolsonaro”. "Nós nunca seremos intimidados por alguém abusando do aparato do Estado. Nós vamos continuar a fazer nosso jornalismo e nosso trabalho para uma próxima reportagem”, afirmou.
Leia a nota do The Intercept Brasil, publicada no Twitter:
https://twitter.com/TheInterceptBr/status/1219682155065958402