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Um dos principais veículos que serviram de linha auxiliar ao golpe parlamentar que possibilitou a ascensão e a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro, o jornal O Estado de S.Paulo confessou, em editorial publicado neste sábado (18), que sabia da inclinação nazista do presidente mesmo antes de ele ser eleito.
Como de praxe, poupando a política neoliberal conduzida por Paulo Guedes em meio a uma enxurrada de críticas, o Estadão cita o discurso nazista de Roberto Alvim, demitido da Secretaria Especial de Cultura, para dizer que é o mesmo discurso de Bolsonaro "há muito tempo".
"O assessor que se inspirou em Goebbels para anunciar o “renascimento da cultura nacional” só foi exonerado porque houve uma grita generalizada diante de tamanho absurdo. Noves fora o plágio nazista, o conteúdo da fala que custou o cargo ao tal secretário é essencialmente o que Bolsonaro já disse e repetiu inúmeras vezes, mesmo antes da eleição. Portanto, ninguém pode se dizer surpreendido, nem mesmo os eleitores mais ingênuos. Bolsonaro é Bolsonaro há muito tempo", declara o jornal, porta-voz dos banqueiros e do empresariado paulista.
Segundo o Estadão, não causa surpresa o derretimento acelerado da popularidade de Bolsonaro, citando pesquisa XP/Ipespe - focada no empresariado e em agentes do sistema financeiro - que mostra queda de 23 pontos porcentuais na expectativa postiva do governo e 39% de rejeição.
Após citar vários malfeitos de ministros e assessores, o jornal da família Mesquita diz que Bolsonaro se comporta como um tiozão no churrasco, fazendo piadas entre amigos.
"Num dia, o ministro da Educação aparece num vídeo dançando com um guarda-chuva, numa imitação circense do filme Dançando na Chuva, para acusar seus críticos de difundirem fake news; noutro, o secretário da Cultura toma emprestado trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista, para anunciar o advento de uma cultura “nacional” financiada pelo Estado, causando horror e estupefação no País e fora dele. Entre um e outro desses momentos nada edificantes de seus assessores, o próprio presidente Bolsonaro achou tempo e oportunidade para fazer piadas de mau gosto sobre um vasto cardápio de temas grosseiros, como se estivesse em um churrasco com amigos", diz o texto do jornal, sem uma mea culpa por ter ajudado a eleger quem hoje se encontra na Presidência da República.
Leia o editorial do Estadão na íntegra