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A reportagem do jornalista João Paulo Saconi, da Revista Época, que relata sessões de coaching com a esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro, gerou raiva nos bolsonaristas por expor o método de trabalho de Heloísa Bolsonaro, que cobra R$ 1.350 por sessão, dá dicas de canais de direita para "ficar bem informado" e que trata Eduardo como seu "case de sucesso". Pelas redes, lançaram ataques ao jornalista e um hashtag contra os Marinho (#FamiliaMarinholixo).
O próprio Eduardo Bolsonaro propagou a tag com xingamento ao jornalista, à revista e a movimentos sociais de minoria. Ele divulgou foto do repórter, promovendo um linchamento virtual, e declarando que irá processá-lo por supostamente ter cometido um crime. "Isso ultrapassa os limites. Para esses crimes a lei já resguarda as vítimas, não precisa de nova lei. Por isso informo que vamos processar o "jornalista" João Saconi e quase certo a revista Época/Globo devido a divulgação deste notório crime contra minha família", declarou.
Fieis seguidores do bolsonarismo, como Leandro Ruschel, também atacaram o repórter e disseram que a matéria feria o Código de Ética dos Jornalistas por supostamente haver falsidade ideológica.
A Época rebateu as críticas e defendeu a reportagem. "ÉPOCA reafirma o respeito à ética e a retidão dos procedimentos jornalísticos que sempre pautaram as publicações da revista. A reportagem em questão não recorreu a subterfúgios ou mentiras para relatar de maneira objetiva — a bem do interesse do leitor — um serviço oferecido publicamente, com cobrança de taxas divulgadas nas redes sociais", disse em nota.
Alguns usuários também usaram a tag para manifestar apoio ao jornalista, afirmando que ele não desrespeitou preceitos éticos e apenas agiu de forma investigativa.