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Em uma videoconferência na qual participou direto de Moscou, onde mora há quase seis anos, o ex-agente da NSA (sigla em inglês da Agência de Segurança Nacional, vinculada à CIA), Edward Snowden, denunciou que “o governo dos Estados Unidos pretende sequestrar e militarizar as inovações no âmbito das telecomunicações, se aproveitando do desejo humano natural de se comunicar, e explorando essas informações para alcançar o poder ilimitado”.
As palavras de Snowden foram direcionadas a uma audiência de estudantes e professores da Universidade de Dalhousie, no Canadá. O vídeo do seu discurso completo foi publicado no canal de YouTube do centro educativo, no dia 31 de maio.
“(No Século XX) eles capturaram a nossa capacidade nuclear para criar a arma mais horrível que o mundo já conheceu”, disse Snowden, argumentando que o Século XXI está observando a mesma tendência, mas com o uso das ciências da computação e da comunicação. “Seu alcance é ilimitado, mas as medidas de proteção não”, advertiu o ex-espião cibernético.
“O meio de controle social mais efetivo”
Em 2013, Snowden vazou informações altamente confidenciais sobre os programas de vigilância globais dos serviços de inteligência estadunidense, razão pela qual foi acusado de traidor da pátria em seu país natal. Vivendo na Rússia como asilado político desde agosto de 2013, o agente argumenta que as tecnologias modernas militarizadas, com a ajuda das mídias sociais e dos gigantes tecnológicos, permitem que os governos se tornem extremamente poderosos em sua capacidade de monitorar, analisar e até mesmo influir no comportamento das pessoas.
“Através do uso das novas plataformas e algoritmos, eles podem alterar o nosso comportamento. Em alguns casos, são capazes de predizer nossas decisões, e também podem empurrá-las na direção de diferentes resultados”, declarou Snowden, que considera que “a necessidade dos seres humanos de pertencer a grupos sociais está sendo explorada, já que os usuários das redes entregam voluntariamente os seus dados privados, e aceitam contratos cuidadosamente preparados, que quase ninguém lê”.
“Eles possuem centenas de páginas de base legal que não estamos qualificados para entender e avaliar, e ainda assim as consideram como cláusulas vinculantes para nós. Agora, estas instituições, que são tanto comerciais quanto governamentais, passaram a estruturar e consolidar esses mecanismos, para transformá-lo no maior sistema de controle social da história da nossa espécie”, concluiu o estadunidense.
Com informações do portal RT.