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José Padilha, diretor da série de ficção "O Mecanismo", livremente baseada em acontecimentos políticos do Brasil, elogiou a atuação do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) como "uma exceção" na política brasileira, mas o trecho foi cortado na edição impressa do jornal O Globo.
"Sempre enfrentei o crime organizado e a corrupção na política", escreveu Freixo, em sua página no Facebook. "No Rio, denunciei o esquema da turma do Cabral, Pezão e Eduardo Paes, que saqueou a nossa cidade. Por isso, agradeço o elogio do Zé Padilha ao meu trabalho e lamento que O Globo tenha cortado esse trecho da edição impressa", disse.
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No mesmo post, publicou a resposta censurada.
O Globo - Na minissérie "Mecanismo", os políticos ou são oportunistas, ou são ladrões ou são as duas coisas. Essa é a sua opinião?
José Padilha- Vamos olhar isso sobre o prisma darwinista? O que Darwin explicou é que existem processos de seleção em certos nichos ecológicos e sobrevivem os organismos que se adaptam melhor àquele nicho. Se você olhar a forma pela qual a campanha política é feita no Brasil, que tipo de gente a campanha política seleciona? Se para me eleger, preciso receber dinheiro de caixa 2, preciso ter conta na Suíça, então só gente que está disposta a fazer isso vai jogar o jogo político. Tem exceções? Tem o Marcelo Freixo, mas evidentemente que a estrutura seletiva do mecanismo não seleciona as pessoas com maior apreço pela ética para serem políticos no Brasil.
Padilha também é diretor de "Tropa de Elite" e "Ônibus 174".