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Um Lula raivoso na capa com tons de vermelho e uma chamada sensacionalista com palavras impactantes - para uma reportagem baseada em especulações. E na mais.
Porta-voz do lavajatismo e linha auxiliar do processo que levou Jair Bolsonaro ao poder, a revista Crusoé - folhetim semanal d'O Antagonista - repete a antiga receita de semanais como Veja e Istoé para atacar Lula e incitar o ódio contra o ex-presidente.
Sob letras garrafais dizendo que é Lula quem ataca, a revista diz que o "petista incita a militância à baderna e já se move para reeditar suas velas táticas", seguido de um frase que caberia perfeitamente ao novo partido que está sendo criado por Bolsonaro: "alianças com empresários amigos, reaproximação com partidos fisiológicos e guerrilha na internet estão entre as prioridades".
Na reportagem, a publicação diz que "Lula – com o apoio de José Dirceu – modula para cima o tom do discurso, descarta qualquer autocrítica, adota o radicalismo como motor de arranque e apela para a mística do revolucionário que nunca foi", em texto do jornalista Sergio Pardellas, sem fonte alguma, que repete os mesmos bordões dos tempos que foi redator-chefe e diretor de redação da Istoé.
"Enfim, é o velho vale-tudo político-eleitoral do PT: aquele que não se constrange em celebrar alianças com partidos fisiológicos, prevê um novo controle da máquina estatal, a utilização da engenharia sindical, a combustão das ruas e o velho e surrado atrelamento dos movimentos sociais, da classe artística, de intelectuais, de setores da imprensa e de blogs pagos”, escreve o jornalista, em texto que caberia a qualquer discurso de aliados - ou do próprio - Bolsonaro.
Istoé e Veja
A tática da revista ligada ao Antagonista é repetida de velhas capas que se mostraram um fiasco na Istoé e Veja, com reportagens que nunca foram comprovadas, usadas somente para alimentar o ódio contra o ex-presidente.
A Veja usou a mesma fórmula para "revelar" o "plano secreto de Lula para evitar a prisão: pedir asilo à Itália e deixar o Brasil", relatou na capa sobre o mesmo tom avermelhado, incitando a extrema-direita.
Já a Istoé, entre outras capas, usou a estratégia para anunciar a condenação de Lula, dizendo que "o cara" acabou, em letras garrafais, e colecionando mais uma "barrigada", no jargão jornalístico para matérias com erros graves, do triste e parcial jornalismo feito pela grande mídia no Brasil.