'Roda Viva' com Alckmin terá bancada só de "amigos"

Com a exceção do economista Ricardo Sennes, a bancada escalada para entrevistar Geraldo Alckmin nesta segunda-feira é composta apenas por jornalistas da mídia tradicional como Globo, Estadão, Folha de S. Paulo e Veja

Foto: Reprodução/Facebook
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Na noite desta segunda-feira (23) o 'Roda Viva', tradicional programa de entrevistas da TV Cultura, receberá o pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin. Como em todas as edições, Alckmin será entrevistado em uma roda por 5 jornalistas de diferentes veículos. O que chama a atenção na entrevista de hoje é a falta de pluralidade entre os entrevistadores convidados pela emissora. Com a exceção do economista Ricardo Sennes, que mantém um blogue no site da Exame (publicação da Editora Abril), a bancada será composta apenas por jornalistas da chamada mídia tradicional: José Alberto Bombig, editor-executivo do jornal O Estado de S. Paulo; Ana Clara Costa, editora de Brasil da revista Veja; Thais Bilenky, repórter de política do jornal Folha de S.Paulo e Silvia Amorim, repórter de política do jornal O Globo. O Estadão é um jornal historicamente inclinado ao pensamento político e às candidaturas do PSDB, partido de Alckmin. Em mais de uma ocasião o veículo se posicionou nas eleições em editoriais declarando apoio a tucanos, como aconteceu em 2010, com José Serra, e em 2014, com Aécio Neves. Postura parecida com a da Folha de S. Paulo, que nas últimas eleições mostrou, de forma mais implícita, preferência por Aécio no segundo turno e que foi, em várias ocasiões, acusada de "blindar" Geraldo Alckmin durante seus anos como governador de São Paulo. O jornal O Globo, do Grupo Globo, por sua vez, assume historicamente uma postura antipetista e também é acusada recorrentemente de "blindagem" como relação à tucanos. Já a revista Veja foi ainda mais explícita: colocou como foto de capa de seu Twitter, que tem 8 milhões de seguidores, uma imagem do próprio Geraldo Alckmin. Leia também Diante de Manuela, o Roda Viva transformou-se em uma tempestade de estupidez e machismo Ciro no Roda Viva: “Não aceito o mercado tutelar a democracia”