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O jornalista Ricardo Noblat, que atualmente mantém um blogue no site da revista Veja, publicou nesta terça-feira (17) um texto em que tenta desqualificar a senadora Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, com um velho recurso machista: a chamando de "louca".
No artigo, intitulado "Gleisi Maria Louca", Noblat diz que a parlamentar está "louquinha da Silva" por, supostamente, estar cogitando promover um boicote às eleições caso Lula não possa ser candidato. O jornalista ainda a compara com a Dona Maria I, rainha de Portugal, que tinha o Brasil como colônia, no século XIX. Ela era conhecida como "Maria, a louca".
Pelo Twitter, a senadora petista respondeu: "Como mulher, na minha caminhada de lutas, não foram poucas as vezes em q me deparei com situação semelhante. Quando perdem o argumento, partem para a desqualificação. Homem branco, machista e com poder de fala pública contribuindo para intolerância e preconceito!".
Em nota, a Secretaria de Mulheres do PT comparou o texto de Noblat ao episódio em que a revista Istoé divulgou uma matéria de capa em que a ex-presidenta Dilma Rousseff é comparada com a mesma rainha. "Em um país de cultura predominantemente machista, o texto assinado por Noblat, que em um dos trechos diz que ‘Gleisi está louquinha da silva’, reforça a estratégia machista utilizada para atacar a presença de mulheres na política. Essa é uma prática recorrente na nossa sociedade, afinal, qual mulher nunca foi chamada de louca ou teve sua sanidade questionada? É difícil acreditar que esse mesmo tratamento seja equivalente à abordagem que um homem recebe", diz a nota.
Confira a íntegra.
A imprensa brasileira está fora de controle, mas seus profissionais seguem afirmando que loucas são as mulheres. O jornalista Ricardo Noblat, em texto machista publicado sob o título ‘Gleisi Maria Louca’, nesta terça-feira (17), em seu blog no portal da revista Veja, se utiliza do termo ‘louca’ para atacar politicamente a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
Não é a primeira vez que um profissional da comunicação recorre à tática sexista para deslegitimar a presença de uma mulher na política. O mesmo aconteceu em 2016, durante a articulação do golpe, quando a revista IstoÉ, em uma matéria de capa, comparou a presidenta eleita, Dilma Rousseff, com a primeira rainha do Brasil, registrada na história como Maria I, a louca.
Em um país de cultura predominantemente machista, o texto assinado por Noblat, que em um dos trechos diz que ‘Gleisi está louquinha da silva’, reforça a estratégia machista utilizada para atacar a presença de mulheres na política.
Essa é uma prática recorrente na nossa sociedade, afinal, qual mulher nunca foi chamada de louca ou teve sua sanidade questionada? É difícil acreditar que esse mesmo tratamento seja equivalente à abordagem que um homem recebe.
O machismo disfarçado em um título de texto jornalístico também se constitui como uma forma de agressão que precisa ser combatida, e se estende a todas as mulheres, estejam elas na política ou não.
Episódios como esse reafirmam a decadência do jornalismo praticado pela grande mídia e coloca em pauta a necessidade de construir uma nova comunicação que seja democrática e que respeite as mulheres.
Machistas não passarão!
Secretaria Nacional de Mulheres do PT